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Friday, December 23, 2011

CUBISMO RUSSO: CUBO-FUTURISMO (Moscou e São Petersburgo, 1912-1915).




Destaques: David BURLIUK, Aleksandra EKSTER, Kasemir MALEVICH, Olga ROZANOVA, David SHETEREMBERG e Nadesha UDALTSOVA.


O termo Cubo-Futurismo é geralmente atribuído a David Burliuk, teórico e pintor das vanguardas russas, que utilizou-o em relação a sua própria obra, desejoso de diferenciá-la das pinturas dos outros artistas (1913-). Participaram do Cubo-Futurismo somente artistas russos, como Kasimir Malevich (1878-1935), David Sheteremberg (1881-1948), David Burliuk (1882-1967), Aleksandra Ekster (1882-1949), Nadeshda Udaltsova (1885-1961), Vladimir Burliuk (1886-1917), Olga Rozanova (1886-1918), Vladimir Baranoff-Roussiné (Daniel Roussiné, 1888-1942), e Bóris Shaposchnikov (1890-1956), entre outros. O movimento do Cubo-Futurismo russo abrangeu obras de arte realizadas em muitos meios: nas Artes Plásticas, Cinema, Música, Poesia e Teatro.


A partir das mostras do grupo de vanguarda Velo de Ouro [Zolotoye Runo] (1907-1910, v.), as obras dos melhores artistas das vanguardas francesas passaram a participar de mostras de arte na Rússia. Alguns artistas italianos, pertencentes ao Grupo do Futurismo, exerceram nítida influencia sobre as obras das primeiras vanguardas russas. O Cubo-Futurismo associou na arte das vanguardas russas, formas de influencia Cubista reunidas à síntese das cores Futuristas, marcante nas pinturas de Kasemir Malevich.


Várias artistas russas como Vera Pestel, Lyubov Popova, Olga Rozanova. Nadesha Udaltsova e Aleksandra Ekster, estudaram na Academia A Paleta [La Pallete], com os pintores franceses Albert Gleizes e Jean Metzinger (Paris, 1911-1912). As artistas plásticas russas voltaram a sua terra natal, aproximadamente na mesma época, no final do ano, levando na bagagem o livro O Cubismo [Le Cubisme] lançado por seus mestres (Paris, 1912). No ano seguinte o livro foi traduzido para o idioma russo por Ecatarina Guro, irmã de Elena Guro, que participava do Grupo Literário Russo Hyleae (São Petersburgo, 1910-1913).


Desde que o livro de Gleizes e Metzinger foi publicado traduzido na Rússia, as vanguardas de Moscou e São Petersburgo começaram a absorver a influência da nova arte, vinda da França. Os artistas russos passaram a pintar no novo estilo que desenvolveram, que se tornou conhecido como Cubo-Futurismo Esta nova escola pictórica absorveu as formas angulares e Abstratas das pinturas do Cubismo francês, e a colorida síntese Futurista das cores (v. Futurismo nas Artes Plásticas). Olga Rozanova foi uma das primeiras artistas a pintar no novo estilo, ao qual aderiram suas amigas Lyubov Popova e Nadesha Udaltsova. A influência dos escritos de A. Gleizes e J. Metzinger foi muito atuante sobre as obras pictóricas das vanguardas russas, mas transitória. Logo em seguida os principais artistas plásticos, líderes das vanguardas russas, Mikhail Larionov e Natália Goncharova, lançaram o Neo-Primitivismo (1913-1914, v.).


Na pintura, a maior influência Cubista sobre os artistas russos foi a de Fernand Léger: o artista foi associado a comunidade russa em Paris, através da Academia de Arte Vassilieff, pertencente a pintora russa Maria Vassilieva, localizada no bairro dos artistas (Montmartre). Todos os artistas de origem eslava frequentavam-na, e, mais ainda, durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), quando Vassilieva patrocinou sopa vespertina. Nos duros tempos do conflito, P. Picasso, G. Apollinaire, F. Léger e os irmãos Duchamp se reuniram em torno da sopa, juntamente com Archipenko e Brancusi, entre outros.


A influência de Léger se fez sentir especialmente nas obras Cubo-Futuristas de Olga Rozanova e de seu professor, Kasemir Malevich, que criou algumas obras de formas Cubistas, aplicando a influência da volumetria de Léger associada a metalização Futurista das cores. Algumas pinturas desta fase de Malevich foram notáveis, como Dama na coluna de cartazes, bem como o retrato de seu amigo Nicolay Kruchenyk, que se apresentou com elegante chapéu na tradição inglesa, retratado na pintura Um Inglês em Moscou (1914, no acervo do Museu Stedelijk, Amsterdã); e O Aviador, pintura com a qual ele homenageou Vasily Kamensky, escritor e redator da revista Vesna, que participou como escritor da coletânea de contos do grupo Hyleae (v.), intitulada Uma Armadilha Para Juízes.


REFERÊNCIA:


CATÁLOGO. HULTEN, P. (ORG.); JUANPERE, J.A.; ASANO, T.; CACCIARI, M.; CALVESI, M.; CARAMEL, L;. CAUMONT, J;.CELANT, G;. COHEN, E.; CORK, R.;CRISPOLTI, E.; FELICE, R; DE; MARIA, L. DE; DI MILLIA, G.;FABRIS, A.;FAUCGEREAU, S.; GOUGH-COOPER, J.;GREGOTTI, V.;LEVIN, G.; LEWISON, J.; MAFFINA, F.;MENNA, F.; ÁCINI, P.;RONDOLINO, G;. RUDENSTINE, A.; SALARIS, C.;SILK, G.; SMEJKAI, F.;STRADA, V.;VERDONE, M.;ZADORA, S. Futurism and Futurisms. New York: Solomon R. Guggenheim Museum, Abeville Publishers, 1986. 638p.: il, retrs., pp. 456-457.

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