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Tuesday, April 10, 2012

BIOGRAFIA: STRAUSS, Richard (1864-1949).

  BIOGRAFIA: STRAUSS, Richard (1864-1949).
  
O músico alemão nasceu em Munique onde seu pai, Johan Strauss II, tornou-se um dos músicos mais conhecidos da Orquestra da Côrte, devido às suas composições destinadas à encenação de óperas cômicas e operetas, que popularizaram as obras do instrumentista e compositor alemão. Várias músicas de J. Strauss, com arranjos orquestrais de Cláudio Santoro, foram temática do balé Loteria vienense, dito, Ballet satírico em dois quadros, com argumento e coreografia de Aurélio Milloss, cenografia e trajes de Aldo Calvo, encenado pelos Ballets do IV Centanário da Cidade de São Paulo, no TMRJ- Theatro Municipal do Rio de Janeiro (10 e 20 dez., 1954).


O jovem Strauss recebeu desde cedo uma educação musical conservadora, mas pode ouvir a sua composição, Sinfonia em D menor em concerto público (1888), antes de ser admitido, no ano seguinte, na Universidade de Munique. O curso universitário de Strauss durou apenas um ano, pois ele resolveu se dedicar inteiramente à música. Strauss chamou para si a atenção de Hans von Bülow, que conseguiu-lhe o posto de regente-assistente da Orquestra de Meinigen.


As primeiras composições importantes de Strauss foram o coro para Elektra [Electra] de Sófocles, para pequena orquestra, obra apresentada no mesmo ano no Ludwigsgymnasium (1880); e, compostas no mesmo ano, a Sinfonia n. 01, em D menor, Opus 04, e a canção John Anderson, meu amor [John Anderson, Mein Lieb], para voz e piano. O músico continuou compondo, entre outras músicas a Sonata para Violoncelo em F maior, Opus 06, dedicada a Hans Wihan (dur. 24'). No ano seguinte Strauss compôs a Serenata em E sustenido para trinta instrumentos de sopro, Opus 07, dedicada a F. W. Meyer (1881-1882); ele compôs o Concerto para violino em D menor, Opus 08. dedicado à Benno Walter (1881-1882) e quatro obras para voz e piano: Balada, Im Waldesweben ist es Ruh (1882), Rote Rosen (1883) e Begegnung (1883), a última publicada como Drei Liebeslieder N. 03 [Três Canções de Amor], por Peters (Nova York, 1958).


Durante os próximos cinquenta anos Strauss ficou tão conhecido como regente quanto como compositor. Depois de breves períodos em Munique e Bayreuth ele se tornou regente da Orquestra do Teatro da Côrte (Weimar, 1889-1894). O músico continuou compondo a Abertura em C menor, Opus 10, para orquestra (1883); o Acht Lieder (Gedichte) aus Letzte Blätter, para voz e piano dedicado a Heinrich Vogel; a Sinfonia N. 2 em F menor, Opus 12 (1883-1884), o Quarteto para Piano em C menor, Opus 13, que recebeu o 1º Prêmio na competição Tonkünstlerverein (Berlim, 1895); o Wandrers Sturmlied, Opus 14, em seis partes para coro e equestrian. Depois Strauss compôs várias músicas, inclusive a incidental para a peça Romeu e Julieta baseada no drama de William Shakespeare (1887); no mesmo ano, a música para o poema tonal baseado em Nikolaus Lenau, Don Juan, para orquestra. Strauss voltou a inspirar-se em Macbeth, de W. Shakespeare, e compôs a primeira versão do poema tonal para orquestra, Opus 23, sendo que escreveu posteriormente a segunda versão (1889-1890).


Strauss casou-se com a cantora lírica Pauline de Ahna que representou o papel de heroína na sua primeira ópera em três atos, Guntram, Opus 25 (1888-1893), com texto do próprio compositor, que dedicou-a a seus pais. A primeira récita realizou-se com a orquestra sob a regência do próprio Strauss, no Teatro da Côrte de Weimar (Munique, 10 maio, 1894). Na apresentação, Pauline de Ahna (Freihild), Heinrich Zeller (Guntram), Schwarz (Robert), Wiedey (Friedhold), Karl Buchta (o Bobo), na produção de F. Wiedey. Anos mais tarde foi escrita pelo compositor outra versão mais curta da ópera (105'; 1934-1939); e Guntram: Prelúdio, foi apresentado por Strauss na série dos Concertos Promenade, com a Orquestra do Queen's Hall sob a regência de Sir John Wood (Londres, 2 out., 1895).


O músico retornou para Munique a fim de passar os próximos quatro anos como maestro da Orquestra da Corte, ele foi transferido para ocupar o cargo de maestro da Ópera da Corte, em Berlim, no qual permaneceu durante vinte anos, tornando-se Diretor Musical durante dez anos (1898-1918). Neste período Strauss compôs dezenas de músicas como Till Eulenspiegels lustige Streiche, Opus 28, para orquestra (1894-1895), que, mais tarde, Sergei Diaghilev adaptou para o balé Till Eulenspiegel, encenado pelos Ballets Russes com Nijinsky dançando no papel principal, apresentado somente na turnê nas Américas, do Norte e do Sul (1916).


Strauss compôs Assim falou Zaratrusta [Also sprach Zarathustra], Opus 30, poema para orquestra livremente adaptado da obra homônima de Friedrich Nietzsche (Munique, 1895-1896); e compôs seu Hino [Himne], para coro misto e orquestra, apresentado na inauguração da mostra de arte da associação de artistas conhecida como Secessão de Munique [Münchener Sezession] (1897; v. grupos da Secessão), associação de artistas presidida por Max Lieberman.


Strauss inspirou-se em Miguel de Cervantes para compor Don Quixote, Variações fantásticas do caráter do cavaleiro para orquestra completa, Opus 35, obra que ele datou (29 dez., 1897), que foi apresentada em primeira récita (08 mar., 1898), no Concerto Grützmacher, com a Orquestra Städtisches sob a regência de Franz Wüllner. Strauss compôs Enoch Arden, melodrama para piano; Vier Lieder [Quatro Lieder], Opus 36 (1898); a versão orquestral para Der Rosenband (1897); os Seis Lieder [Sechs Lieder], Opus 37; a versão orquestral de Eu te Amo [Ich Liebe dich], Opus 37 n. 02; Cinco Lieder [Fünf Lieder], Opus 39; o poema tonal para orquestra Ein Heldenleben, Opus 40 (1897-1898); outros Cinco Lieder [Fünf Lieder], Opus 41 para voz e piano; a versão orquestral dos Wiegenlied, Opus 41 n. 01; e o Lieder para coro masculino à capella, Soldatenlied (1899), publicado por O. Bauer (Munique, 1909).


Strauss compôs Drei Gesänge, Opus 41, para voz e piano, baseado em poemas clássicos alemães; Mutterändelei, Opus 43, versão orquestral (fev., 1900). Neste início do século o músico continuou compondo canções, como outros Cinco Lieder [Fünf Lieder], Opus 48 para voz e piano (1900); Feuersnot, Opus 50, dita, Singgedicht em um ato com texto de Ernst von Wolzogen, dedicado a F. Rösch (1901), apresentado na Ópera da Corte com a orquestra sob a regência de Ernst von Schuch, sendo a produção de Maximillian Moris (Dresden, nov., 1901). No ano seguinte, esta ópera foi apresentada em Viena com a orquestra sob a regência de Gustav Mahler (jan., 1902); somente a cena de amor foi apresentada no Concerto de Sábado, no Queen's Hall, com a orquestra sob a regência de Sir Henry Wood (Londres, fev. 1902).


Strauss compôs Taillefer, Opus 52, balada de Uhland para coro misto, com solistas e orquestra, obra dedicada à Faculdade de Filosofia da Universidade de Heildelberg, apresentada no Festival de Música com a orquestra sob a regência do compositor (Heildelberg, 26 out., 1903). O músico compôs o Canon, para quatro vozes; Dois Lieder [Zwei Lieder]; e a sua dita, Sinfonia Doméstica, Opus 53 para orquestra, dedicada à querida esposa e filho; e a ópera Salomé, Opus 54, drama em um ato com texto baseado em Oscar Wilde, tradução alemã por Hedwig Lachmann, dedicada a Edgar Speyer (10 jun., 1905). Depois dessa ópera, na qual o compositor incorporou ruídos e dissonâncias antecipando o Atonalismo, Strauss foi considerado como o último dos compositores românticos.


Strauss conheceu Hugo von Hofmannsthal, poeta austríaco que se tornou seu amigo e colaborador pelos próximos trinta anos de sua vida; foi ele quem produziu o libreto para seis óperas do compositor. As óperas de Strauss sempre causaram polêmica, mas, na época, o músico estava recebendo considerável renda advinda de suas músicas. Um dos resultados práticos foi que o músico construiu a vila, para si e sua família, em Garmisch - Partenkirchen, na Bavária, sua residência pelo restante da vida (Alemanha, 1908-1949).


O músico continuou compondo e seus Sechs Lieder, Opus 56, dedicados à sua mãe, Pauline Strauss (1903-1906); com seu amigo Hugo von Hoffmannsthal, Strauss compos seis obras: Elektra, Opus 58, tragédia em um ato dedicada a Natália e Hugo Levin (1908); O Cavaleiro da Rosa [Der Rosenkavalier], Opus 59, comédia musical em três atos (1909-1910); a sequência das valsas de O Cavaleiro da Rosa: na primeira sequência, Atos I e II para orquestra (1944); e O Cavaleiro da Rosa: Suite, para orquestra (1945). Seguiu-se a conhecida ópera em um ato Ariadne em Naxos [Ariadne auf Naxos], Opus 60, baseada na comédia de Molière, O Burguês Cavaleiro [Le Bourgeois Gentilhomme], com música incidental e texto por Hugo von Hofmannsthal, dedicado ao diretor teatral Max Reinhardt (dur. 85'). Strauss terminou de compôr (20 abr., 1912) e apresentou a ópera com a orquestra sob a regência dele, no Hofftheater (25 out., 1913). A ópera foi reapresentada com a cantora de ópera norte-americana Jessie Norman, no Teatro do Covent Garden (Londres, 1985). Seguiram-se duas outras composições baseadas na peça de Molière (Opus 60): a Suite para orquestra (1918), com palavras de H. von Hofmannsthal; Tüchtingen, cantata para coro masculino à capella (1914).


Strauss apresentou sua Sinfonia dos Alpes [Alpensymphonie], Opus 64, que estreou com a Orquestra da Côrte de Dresden, sob regência do compositor (Berlim, 18 out., 1915). A obra foi reapresentada mais tarde, no Queen's Hall (1923) e no Royal Albert Hall (Londres, 1926); a música foi publicada (Leuckart, 1915).


Durante a temporada dos Ballets Russes de Diaghilev (1911-1912), a companhia itinerou por Paris, Berlim, Dresden, Viena e Budapeste. Quando estava em Viena Diaghilev conversou com Hugo von Hofmannsthal sobre a possibilidade de balé com música de Richard Strauss, para destacar o virtuosismo de Vaslav Nijinsky. A parceria acabou ocorrendo com A Lenda de José [Josephlegende], Op. 63, dedicada a E. Hermann, com música de Strauss e cenários de Harry Kessler e Hugo von Hofmannsthal, que estreou em Berlim (02 fev., 1914). A música adaptada para o balé A Lenda de José, estreou com os Ballets Russes com a orquestra sob a regência do compositor; atuaram Maria Kusnetsova (a esposa de Potifar), Leonid Massine (José), coreografia de Michel Fokine, cenários do pintor espanhol José Maria Sert e figurinos de Léon Bakst (Paris, 14 maio 1914). Na mesma temporada o balé foi encenado no Teatro Drury Lane, com a orquestra sob a regência de Sir Thomas Beecham, com L. Massine, T. Kasarvina e Vera Fokina (Londres). O cartaz que anunciou A Lenda de José foi litografado por Pierre Bonnard, apresentando Léonid Massine anunciando a primeira temporada do balé no Teatro Nacional da Ópera (Paris, 1914): o cartaz se encontra reproduzido (SHEAD, 1989). O balé não fez sucesso e a música foi reapresentada depois na Ópera Estatal com a orquestra sob a regência do compositor (Berlim, , 04 fev., 1921). Décadas depois Strauss compôs Josephlegende: Symphonie Fragment, destinado somente a orquestra (1947).


Strauss escreveu a ópera em três atos Die Frau ohne Schatten, Opus 65 (1914-1918), que, com texto de H. von Hofmannsthal foi apresentada na Ópera Estatal (Viena, 10 out., 1919), com a orquestra sob a regência do maestro Franz Schalk. Mais tarde, Strauss adaptou para orquestra Die Frau ohne Schatten: Fantasy (1946). Na época, Strauss foi convidado para ser codiretor, juntamente com Franz Schalk, da Ópera Estatal de Viena cargo do qual resignou alguns anos depois por desentendimentos com o outro codiretor (1919-1924).


O músico continuou sempre compondo canções para voz e piano, como Krämerspiegel, Opus 66; Seis Lieder [Sechs Lieder], Opus 67, outros Seis Lieder, Opus 68, e, anos mais tarde, a versão orquestral do que ficou conhecido como o Brentano Lieder, Opus 68 (1940).


A música para o Balé Vienense em dois atos Schlagobers, Opus 70 (dur. 90'), que o compositor apresentou com a orquestra da Ópera Estatal de Viena sob sua regência (09 maio, 1922), ele igualmente apresentou com a Orquestra do Teatro Estatal (Breslau, 09 out., 1924). Anos mais tarde, Strauss compôs a Schlagobers: Suiíte (1932), apresentada no mesmo ano com a Orquestra Halle (Manchester, UK); e, no ano seguinte com a Orquestra da BBC sob a regência de Adrian Boult (Londres, 09 abr., 1933).


Sempre compondo muito Strauss dedicou a seu filho Franz o Intermezzo, Opus 72, pois terminou-o na viagem que empreeendeu a Buenos Aires (1923). Essa comédia burguesa, com interlúdios sinfônicos em dois atos, foi apresentada no ano seguinte na Ópera Estatal Schauspielhaus sob a regência de Fritz Busch (Dresden, 04 nov., 1924). Baseado na mesma música, Strauss compôs quatro peças sinfônicas: Vier sinfonische Zwischenspiele aus Intermezzo (dur. 25'), que estrearam com a Orquestra da Rádio BBC sob a regência de Sir Eugene Goossens (Londres, 24 maio, 1931); a mesma música foi apresentada nos Concertos Promenade, com a Orquestra Sinfônica da BBC sob a regência de Sir Henry Wood (Londres, 1º set., 1932).


Strauss revisou a música da ópera de L. van Beethoven, sendo o texto revisado por H. von Hofmannsthal: As Ruínas de Atenas [Die Ruinen von Athen], que apresentou com sua regência na Ópera Estatal (Viena, 20 de set., 1924). Entre outras músicas, Strauss compôs duas canções para voz e piano com texto de Goethe: Durch allen Schall und Klang (1925) e Aus dem westöstlichen Divan (1925). Segundo Willi Schub, que publicou artigo a respeito, essa foi a canção esquecida de Goethe (Tempo, n. 12, verão de 1949, p. 20).


Strauss compôs música para o cinema: Marcha Militar em F (1925), para o filme O Cavaleiro da Rosa [Der Rosenkavalier], com arranjo musical de Alwin e Singer, argumento de H. von Hofmannsthal sob a direção de Robert Wiene. Strauss apresentou a composição em programas sob a sua regência, sendo o primeiro com a Orquestra da Ópera da Saxônia, na Ópera Estatal (Dresden, 1926) e, no mesmo ano, na Rádio BBC (Londres). Outra composição interessante foi Panathenäenzug, Opus 74, estudos sinfônicos apresentados na forma de Passacaglia para a mão esquerda, para piano e orquestra (dur. 20', 1927); a música foi dedicada ao pianista Paul Wittgenstein e apresentada com ele e a Orquestra Filarmônica de Viena sob a regência de Franz Schalk (1928).


Strauss compôs a ópera em dois atos Helena do Egito [Die ägyptische Helena], Opus 75 (1927), que estreou com a orquestra da Ópera Estatal de Dresden sob a regência de Fritz Busch, com cenografia e trajes de Leonhardt Fanto e produção de Otto Erhardt. A seguir, o músico compôs ciclo de canções para coro de vozes masculinas e orquestra: Die Tageszeiten (?1927-1928); a canção Gesänge des Orients, Opus 77, para voz e piano (c. 1928) e Áustria, Opus 78, canção para coro masculino e orquestra, que Strauss apresentou com sua regência, na Männergesangverein (Viena, jan., 1930). O compositor adaptou com seu arranjo e de Lothar Wallerstein a música de W. A. Mozart, Idomeneo (1930), apresentada no ano seguinte com a regência dele na Ópera Estatal (Viena, 1931). O músico compôs a ópera Arabella, Opus 79, comédia lírica em três atos com libreto de Hugo von Hoffmannsthal (1929-1932). A música foi apresentada na Ópera Estatal com a orquestra sob a regência de Clemens Krauss (Dresden, 1º jul., 1933).

Quando ocorrreu na Alemanha a ascensão do Partido Nacional Socialista, sob a liderança de A. Hitler; Strauss permaneceu no país durante o período nazista e tornou-se colaboracionista quando aceitou o cargo de diretor da Reichmusikkammer (1933). Nesta ocasião tornou-se seu novo libretista o escritor Stephan Zweig, que era judeu, e que manteve forte ligação com o Brasil, pois veio viver aqui no período da Segunda Guerra Mundial. Essa colaboração fez com que os nazistas, c. de dois anos depois, obrigassem Strauss a renunciar do importante cargo que ocupava (1935). Na ocasião, o compositor tornou-se persona non grata na Alemanha.


Durante o período da Segunda Guerra Mundial (1940-1945), Strauss deixou sua residência na Bavária para viver no território neutro da Suíça: ele, posteriormente, tentou justificar sua associação ao nazismo, quando declarou que a adesão visava proteger sua nora, que era judia; o músico foi compeeendido e perdoado.


Sempre compondo sem parar, Strauss continuou dedicando-se às canções para voz e piano, como Das Bächlein (1933), atribuída a Goethe, com uma versão orquestral (1935); compôs Três Lieder [Drei Lieder] (1929-1935) e a ópera cômica em três atos A Mulher Silenciosa [Die schgweigsame Frau], Opus 80 (1934), cuja Abertura somente compôs no ano seguinte (1935). O texto foi de autoria de Stephan Zweig, adaptado livremente da farsa do inglês Ben Jonson, dramatista contemporâneo de William Shakespeare (1564-1616). Essa ópera foi apresentada como novo estilo, baseado na Commedia dell Arte italiana, apresentando recitativo seco que recordava encenações clássicas das óperas bufas; a obra estreou na Ópera Estatal (Dresden, 24 jun., 1935). No mesmo ano o músico compôs Zugemessne Rhythmen, canção baseada em letra de Goethe, para voz e piano; três canções Drei Männerchoer, para coro à capella (Ruckert, 1935); e o Hino Olímpico para coro e orquestra (dur. 4'), que estreou nos Jogos Olímpicos que ficaram conhecidos como Os Jogos de Hitler (Berlim, 1936).


O compositor apresentou a ópera em um ato Dia de Paz [Friedenstag], Opus 81 (1935-1936), com libreto de Joseph Gregor, que evocava ato pacifista, com argumento baseado em relato sobre a Guerra dos Trinta Anos. A obra foi apresentada na Ópera Estatal sob a regência de Clemens Krauss (Munique, 1938). Strauss compôs Daphne, Opus 82, dita, Tragédia Bucólica em um ato (dur. 100'), com texto de Joseph Gregor baseada na lenda mitológica do amor de Danae, cuja música Strauss escreveu em Taormina (Itália, 1937). A ópera estreou com a Orquestra Estatal da Ópera da Saxônia.(15 out., 1938).


Pouco tempo depois Strauss compôs Munique [München], valsa ocasional para orquestra apresentada no mesmo ano em Munique (1ª versão, 1939; 2ª versão, 1945), e re-apresentada depois da morte do compositor (Viena, mar., 1951). Strauss compôs Die Liebe der Danae, Opus 83, com libreto de Joseph Gregor baseado em um esboço de H. von Hofmannsthal (1938-1940). Devido à guerra a estréia mundial da obra foi cancelada (1944); mas essa ópera baseada em relato mitológico, estreou na Salzburg Festspielhaus com a orquestra sob a regência de Clemens Krauss (1952). Strauss compôs O amor de Danae: Fragmento Sinfônico [Die Liebe der Danae: Symphonic Fragment], para orquestra, com arranjo de C. Krauss, que o próprio maestro apresentou no Royal Albert Hall (Londres, 1952).


Strauss foi convidado e compôs Música para Festival Japonês [Japanische Festmusik], Opus 84, para a celebração dos dois mil e seiscentos anos do Império Nipônico (1940). O músico compôs A visão da dança por dois séculos [Verklunge Feste], baseado na suite do balé de François Couperin, aumentada com outras seis músicas de Strauss, apresentadas na Opéra Estatal da Bavária, com a orquestra sob a regência de C. Krauss (Munique, 1941). Strauss compôs mais duas músicas para balé: o Divertimento, Opus 86, preparado para pequena orquestra, ainda baseado nas composições de F. Couperin (dur. 40'), que estreou com a Orquestra Filarmônica sob a regência de C. Krauss (Viena, 1943). A parceria de Clemens Krauss e R. Strauss, resultou em Capriccio, Opus 85, dita, Peça de conversação para música em um ato (1941) que Strauss dedicou a C. Krauss, a música estreou com a Orquestra da Ópera Estatal sendo regida por Krauss, no Teatro Nacional (Munique, 28 out., 1942). No início da década de 1950, a obra foi apresentada no Royal Albert Hall (Londres, 1951) e, pouco tempo depois no Teatro do Covent Garden (1953). Strauss extraiu de Capriccio a música para Sexteto de cordas e a Suíte para Harpa, Opus 85. Strauss continuou compondo para voz e piano: Dois Lieder, dedicado a J. Weinheber; a seguir o músico compôs Concerto N. 2 para Tuba, em E sustenido (1942, dur. 25'), apresentado no ano seguinte em Salzburgo (Áustria, 1943). Seguiu-se a composição de outra canção Xenion, baseada em Goethe (1942) e duas músicas para fetivais: Festmusik für den Trompetercorps de Stadt Wien, que foi apresentada na Rathaus Tower (Viena, 09 abr., 1943) e a Sonatina N. 01 em F, para 16 instrumentos de sopro, dita, por Strauss, ter vindo do estúdio de inválido; o grupo de sopro da Orquestra Estatal da Saxônia sob a regência de Karl Elmendorff,, apresentou a peça (jun., 1944). No ano seguinte Strauss compôs a Sonatina N. 02 em E sustenido, dita, Sinfonia para instrumentos de sopro, que ele dedicou, cheio de gratidão ao divino Mozart, no final da vida (1944-1945).


O músico chegou aos oitenta anos, mas viveria mais cinco, sempre compondo até o minuto final de sua vida; ele ainda escreveu Au den Baum Daphne epílogo para sua ópera Daphne, para a qual compôs as nove partes do coro misto à capella, que foi apresentado com o Coro da Orquestra Estatal de Viena, dedicado ao seu vigéssimo aniversário (1943). Strauss continuou compondo e inovando com Methamorphosen, estudo para vinte e três intrumentos de corda, apresentado com dez violinos, cinco violas, cinco violoncelos, três baixos duplos com a orquestra do Collegium Musicum Zurich, sob a regência de Paul Sacher (Zurique, jan. 1946). O músico completou seu Concerto para Oboé, apresentado com Marcel Saillet e a Orquestra Tonnhalle, sob a regência do maestro Volkmar Andreae (26 fev., 1946); no mesmo ano a peça foi apresentada nos Concertos Promenade no Royal Albert Hall, com a Orquestra Sinfônica da BBC sob a regência do maestro Sir Adrian Boult (1946). A música foi publicada por Boosey e Hawkes, com redução por Arthur Willner (1948).


Strauss viajou para a Inglaterra, para assistir ao Festival Richard Strauss (Londres, 1947); neste mesmo ano ele compôs Duet Concertino para a Rádio Lugano (Suíça). A peça foi apresentada na Rádio Monte Ceneri (Lugano, 04 abr., 1948) e, no ano seguinte com a Orquestra Halle (Manchester, UK, 1949). Strauss, fiel a sua extensa obra para voz e piano, celebrou-a compondo seus Quatro últimos Lieder [Vier lezte lieder], para voz alta e orquestra (1948), baseados nos poemas do escritor Hermann Hesse. As canções somente foram apresentadas no ano seguinte à morte do compositor, no Royal Albert Hall, com Kirsten Flagstad e a Orquestra Philarmonia, sob a regência de Wilhelm Furtwängler (22 maio, 1950).


Strauss voltou a viver na sua residência na Bavária, em maio: ele morreu poucos meses depois (set., 1949). O retrato de Richard Strauss pintado por Max Liebermann (1918), pertence ao acervo da Galeria Nacional (Berlim), e a fotografia de Johannes Brahms em sua companhia participa do acervo da Biblioteca Nacional (Viena). Ambos se encontram reproduzidos (DUFOURQ, 1976). Até hoje composições de R. Strauss são executadas por todo o mundo: sua ópera Daphnis et Chloë, com cenários e figurinos de Marc Chagall, foi encenada na Ópera de Paris (Paris, 1958).


REFERÊNCIAS SELECIONADAS:

ARTIGO. MARTINS, S. 100 Anos de Dissonância. São Paulo: Veja, 1º Abr., 2009, pp. 120-123.

CATÁLOGO. BARBOSA, A. M.; D’HORTA, V.; QUEIROZ, T. A. P. de; BRANCO, M. I. R. S.: MOREIRA, C.:; SEGAWA, H.; TEIXEIRA, M.; TONI, F. C.; VALIM JÚNIOR, A. R. Fantasia Brasileira: o Balé do IV Centenário. Antropofagia nas Artes Cênicas. São Paulo 1953-1955. São Paulo: SESC São Paulo - XXIV Bienal de São Paulo.
 
DUFOURCQ, N. (Org.); ALAIN, O.; ANDRAL, M.: BAINES, A.; BIRKNER, G.; BRIDGMAN, N.; Mme. de CHAMBURE; CHARNASSÉ, H.; CORBIN, S.; AZEVEDO, L. H. C. de; DESAUTELS, A.; DEVOTO, D.; DUFOURQ, N.; FERCHAULT, G.: GAGNEPAIN, B.; GAUTHIER, A.; GÉRARD, Y. HALBREICH, H.; HELFFER, M.; HODEIR, A.; ROSTILAV, M.; HOFMANN, Z.; MACHABEY, A.; MARCEL-DUBOIS, C.; MILLIOT, S.; MONICHON, P.; RAUGEL, F.; RICCI, J.; ROUBERT, F.; ROSTAND, C.; ROUGET, G.; SANVOISIN, M.; SARTORI, C. SHILOAH, A.; STRICKER, R.: TOURTE, R.; TRAN VAN KHÊ, A. V., VERLET, C. VERNILLAT, F.; WIRSTA, A.; ZENATTI, A.

SHEAD, R. Ballets Russes. Secaucus, New Jersey: Quarto Book, Wellfleet Press, 1989. 192p.: Il,.algumas color., 25 x 33 cm, pp. 74, 81-86, 95-96, 97-99, 107, 151, 154-157, 167, 183.

THOMPSON, K. A Dictionary of Twentieth Century Composers, 1911-1971.
SESC - Belenzinho, 12 out. - 13 dez., 1998, pp. 176, 184.La Música: Barcelona: Planeta, 1976, pp. 113, 131, 136-139, 178, 363.London: Farber and Farber, 1973, pp. 521-566. Los Hombres, Los Instrumentos, Las Obras.

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