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Saturday, October 6, 2012

GRUPO CÍRCULO E QUADRADO [CERCLE ET CARRÉ] (Paris, 1929-1931).

 
GRUPOS INTERNACIONAIS DOS QUAIS O ARTISTA RUSSO WASSILY KANDINSKY PARTICIPOU: O GRUPO
CÍRCULO E QUADRADO [CERCLE ET CARRÉ] (Paris, 1929-1931).


Destaques: TORRES- GARCIA, Joaquín, Michel SEUPHOR.



Foi Michel Seuphor quem organizou e apresentou a mostra do pintor alemão Friedrich Vordemberge-Gildewart, que participou do grupo De Stijl [De Estilo] (Holanda e Paris, 1917-1925) e do Círculo dos Novos Desenhistas Comerciais (Hanover, Alemanha, 1929-). Na inauguração dessa mostra o artista encontrou o pintor uruguaio que morava em Barcelona, Joaquín Torres-Garcia, que colocou-o em contacto com Theo van Doesburg, que afinal levou-o até o ateliê de Piet Mondrian, que, nessa época, vivia em Paris. Este encontro capital foi o suficiente para que Torres-Garcia e Mondrian decidissem fundar juntos o Grupo do Círculo e Quadrado [Cercle et Carré], o primeiro grupo da arte baseada nas teorias da Arte Concreta, desenvolvidas por Piet Mondrian com o Grupo de Estilo.


A primeira e única mostra, 1ª Exposição Internacional do Grupo Círculo e Quadrado [Ière Exposition Internationale du Groupe Cercle et Carré], realizou-se na Galeria 23, situada na rua de La Boétie 23 (Paris, 18 abr. - 30 maio, 1930). Participaram da única mostra obras de Jean (Hans) Arp (1886-1966), Sophie Taeuber-Arp (1889-1943), Willi Baumeister (1889-1955), Bjornason, Carl Buchheister (1890-1964), Marcelle Cahn (1895-1981), Clausen, Colson, German Cueto (1893-1975), Serge Charchoune (1888-1957), Grabowska, Pierre Daura (Pedro Francisco Daura y Garcia, 1896-1976), Aleksandra Ekster (1882-1949), Fillia (Luigi Colombo. 1904-1936), Foltyn, Jean-Albert Gorin (1899-1981), Hoste, Vilmos Huszar (1884-1960), Vera Idelson (1893-1977), Lafnet, Wassily Kandinsky (1866-1944), Le Corbusier (1886-1966), Fernand Léger (1881-1955), Oscar Wilhelm Lüthy (1882-1945), Charles Olson, Piet Mondrian, Amedée Ozenfant (1886-1966), Mosczynsky, Enrico Prampolini (1894-1956), Anton Pvsner (1886-1962), Joseph Stella (1877-1946), Albert Jacques A. Welti (1894-1965), Luigi Russolo (1883-1947), Szmurzkowscz, Alberto Sartoris (1901-1998), Joaquín Torres-Garcia (1874-1944), Kurt Schwitters (1887-1948), Henrik Stazewsky (1894-1988), Friedrich Vordemberge-Gildewart (1899-1962), Suschny, Georges Vantongerloo (1885-1965), Otto Van Rees (1884-1957), Wolska e Henrik Nicolaas Werkman (1882-1945). Desses artistas Albert Jacques A. Welti, Walter Helbig (1878-1968) e Oscar Wilhelm Lüthy  fundaram anteriormente com Hans Arp e Paul Klee o Grupo (Suíço) da Federação Moderna (Der Moderne Bund, Weggis, Suíça, 1911-1913). Os nomes de todos estes participantes constam do convite dessa única mostra, que anunciou duas palestras, sendo a primeira de J. Torres-Garcia, Peinture [Pintura] (18 abr., 21 h.), e a segunda, de Michel Seuphor, Art Poétique [Arte Poética] (30 abr., 21 h.).


Na inauguração da mostra coordenada pelo escritor e editor Michel Seuphor foi apresentado o concerto de Música ruidista, de Luigi Russolo e um recital da própria música de Seuphor, dita, Música Verbal (1929). Em seguida o grupo foi aceitando inúmeras adesões de artistas de variadas origens, chegando a ter c. de 100 membros, de várias nacionalidades, entre eles o inglês Ben Nicholson (1894-), o austríaco Otto Gustav Carlsund (1897-1948) e o norte-americano que vivia em Paris Alexander Calder (1898-1976), além de Alfred Reth (1884-1966), entre outros associados.
  
    
As teorias plásticas do Grupo Círculo e Quadrado encontram-se refletidas no seu convite onde predominou a tipografia inventiva, nova e sóbria, estritamente geométrica. Nessa exposição do grupo foi lançada a revista de grande formato, Cercle et Carré (1929-1931; v.), que publicou apenas três números. A mostra de arte, apesar dos nomes dos destacados vanguardistas asociados não suscitou interesse por parte da imprensa. Foram parcos os comentarios sobre a exposição, não passaram de poucos artigos publicados nos jornais da época e foram nulas as vendas de obras. O mundo passava por uma de suas piores crises economicas, devido a recessão mundial provocada pela quebra da bolsa de Nova York (maio, 1929). A conjuntura desfavorável certamente concorreu para o fracasso do movimento do grupo e logo provocou sua dispersão.


Quando J. Torres-Garcia voltou à viver em Montevidéu, ele deu sequência à publicação da revista Círculo e Quadrado (1936-1943), bastante influente sobre as vanguardas do cone sul das Américas, que favoreceu o aparecimento da Arte Concreta Argentina, sendo o grupo mais conhecido o Grupo Madí.

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