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Thursday, March 14, 2013

BIOGRAFIA: REPIN, Ilya Efimovich (1844-1930).

BIOGRAFIA: REPIN, Ilya Efimovich (1844-1930). O artista plástico nasceu na cidade de Chuguyev, na província de Kharkov (Rússia); ele foi pintor destacado na primeira vanguarda russa e soviética. Repin estudou com Ivan Bunakov, pintor de ícones (1856); ele frequentou informalmente a Academia de Arte (1864). Nesse mesmo ano ele conheceu Ivan Kramskoi (1837-1887), participante da Sociedade para Mostras Itinerantes de Arte, grupo ao qual ele se associou, também conhecido como Grupo dos Itinerantes [Peredvizhniki]; e, posteriormente ao Mundo da Arte (Mir Iskusstva, 1898-1904; 1910-1924), organizado por Sergey Diaghilev (1872-1929) e Alexandre Benois (1870-1960). O extraordinário talento de Repin começou a ser reconhecido quando ele recebeu a Pequena Medalha de Ouro pela pintura Jó e seus Amigos (1869, óleo/ tela, 133 cm x 199 cm, no Museu Russo de São Petersburgo). No mesmo ano ele conheceu aquele que se tornaria o mais conhecido crítico de arte das vanguardas russas, Vladimir Stasov. Repin viajou ao longo do rio Volga, desenhando esboços dos barqueiros que formaram a base para seu quadro Puxadores de Barcaças do Volga (1870-1873, óleo/ tela, 131,5 cm x 281 cm). O artista recebeu a Grande Medalha de Ouro por sua pintura O Ressuscitar da Filha de Janus (1871, óleo/ tela, 229 cm x 382 cm, no Museu Russo de São Petersburgo). Repin casou-se com Vera Shevtsova; nasceu sua primeira filha, Vera (1872). Repin estava trabalhando na pintura dos Puxadores de Barcaças do Volga, encomendada pelo Grão Duque Vladimir Alexandrovich, hoje no acervo do Museu Estatal de São Petersburgo, um dos mais conhecidos quadros das vanguardas russas. Repin conheceu o mecenas Pavel Tretyakov (1832-1898), grande empreendedor, banqueiro, herdeiro de bem sucedida indústria têxtil, colecionador de arte e participante do Círculo de Vladimir Stasov. O mecenas adquiriu pintura de Repin, e posteriormente encomendou-lhe o Retrato de Pavel Tretyakov, Fundador da Galeria Tretyakov (1883, óleo/ tela, 98 cm x 76 cm, na Galeria Estatal Tretyakov, Moscou). Nasceu sua filha Nadezhda e Repin viajou com a família para a Itália e França (1873-1874). No verão Repin pintou em Vaules, (Normandia, França) e expôs obras no Salão de Belas Artes (Paris). Repin pintou Um Café Parisiense (1874-1875). Voltando no ano seguinte a São Petersburgo e à cidade natal, Chuguyev, Repin recebeu o título de Acadêmico da Academia de Kursk, por sua hoje conhecida pintura Sadko no Mundo Submarino (1876, óleo/ tela, 323 cm x 230 cm, no Museu Russo de São Petersburgo). Repin viajou a Nizhni Novgorod, Moscou e São Petersburgo: nasceu seu filho Yuri. O artista e sua família passaram a viver em Moscou: Repin pintou retratos de camponeses, de Arkhip Kuinji, Ivan Shishkin e Ivan Zabelin, além de produzir os esboços para Procissão Religiosa na Província de Kursk (1880-1883, óleo/ tela, 175 cm x 280 cm, na Galeria Estatal Tretyakov, Moscou). Repin conheceu Lev Tolstoy (1828-1910) e o pintor Vasily Surikov (1878); ele produziu os primeiros esboços para a pintura histórica A Resposta dos Cossacos Zhaporozhian ao Sultão Mahmoud IV, quadro que levará mais de uma década para completar. No verão, passado em Abramtsevo Repin pintou os retratos dos Mamontov e da Grã-Duquesa Sophia (1879). Nasceu sua filha Tatiana; Repin viajou para Zaporozhe (Ucrânia), a fim de coletar material para a pintura histórica A Resposta dos Cossacos Zhaporozhian ao Sultão Mahmoud IV (1880-1891,óleo/ tela, 203 cm x 358 cm, no Museu Estatal Histórico da Rússia, Moscou). Na época Repin pintou retratos de Nicolay Ge e Paulina Strepetova, entre outros (1880). Dois anos depois Repin divorciou-se de Vera Shevetsova. No ano seguinte ele viajou na companhia de Vladimir Stasov pela Europa Oriental. A pintura Procissão Religiosa na Província de Kursk (1880-1883, óleo/ tela, 175 cm x 280 cm, na Galeria Estatal Tretyakov, Moscou), participou da 11a Mostra do Grupo dos Itinerantes (v.). Repin pintou o retrato de Pavel Tretyakov, mecenas, colecionador de arte, cuja coleção posteriormente emcampada pelo Estado Soviético formou a Galeria Estatal Tretyakov (Moscou). A pintura Retorno Inesperado, obra-prima do Realismo Russo foi exposta na XII Mostra do Grupo dos Itinerantes (1884); no ano seguinte Repin expôs na mostra do mesmo grupo vanguardista a pintura histórica Ivan o Terrível e seu filho Ivan em 16 de novembro de 1581 (1885, óleo/ tela, 199,5 cm x 254 cm, na Galeria Estatal Tretyakov, Moscou), Repin viajou para a Criméia na companhia de seu amigo pintor, participante dos Itinerantes, Arkhip Kuinji (1842-1910). No ano seguinte Repin viajou pela Europa, visitando a Áustria, Itália e Alemanha: na volta pintou dois retratos do escritor Lev Tolstoy (1828-1910), na Yasnaya Poliana, esboçando a pintura Lev Tolstoi Arando o Campo (1887). Repin.que participava da direção da Sociedade para Mostras Itinerantes de Arte, abdicou do cargo. Nesse ano Repin pintou Mikhail Glinka Trabalhando na sua Ópera Ruslan e Ludmila (v., abaixo dos textos, depois do Grupo dos Cinco Compositores Russos); pintou a obra conjunta com Ivan Aivasavsky, Alexander Pushkin na Costa do Mar Negro, além de seu Auto-Retrato e do Retrato da Pianista Maria Benois. No ano seguinte Repin viajou para o sul da Rússia incluindo o Cáucaso, produzindo esboços dos descendentes dos cossacos Zaporazhian; ele pintou o retrato do artista Mikhail Mikeshin e do poeta Konstantin Fofanov (1888). Repin viajou novamente, visitando na companhia de Vladimir Stasov a Exposição Universal, comemorativa do centenário da Revolução Francesa, extendendo a visita a Londres, Zurique e Munique, pólos mais destacados das vanguardas européias. Nesse ano Repin desenhou Nikolai Leskov, pintou o Retrato da Baronesa Várvara Ikskul von Hildenbrandt e Yelizaveta Zvantseva no Cavalete (1889). Repin viajou ao longo do rio Volga, visitando depois a Criméia e Odessa: apontado para participar de comissão governmental, ele trabalhou no novo Estatuto da Academia de Arte. No ano seguinte Repin voltou a Abramtsevo e a Yasnaya Polyana, residência do escritor Lev Tolstoi. Repin retirou-se da Sociedade Para Mostras Itinerantes de Arte, em protesto à adoção do novo Estatuto, que restringia direitos dos artistas iniciantes. Repin expôs suas pinturas na mostra conjunta com Ivan Shishkin (1832-1898), colega do Grupo dos Itinerantes, na Academia de Artes (São Petersburgo, 1891). Repin visitou Lev Tolstoy, que vivia em uma das províncias devastadas pela fome. Repin expôs individualmente no Museu de História (Moscou, 1892). O artista viajou, visitando Academias de Arte em Varsóvia, Cracóvia, Munique, Viena e Paris, estudando seus métodos de ensino: depois, ele passou o inverno na Itália. Repin publicou os ensaios Cartas sobre Arte (1893). Repin visitou a França e voltou à Rússia, quando passou a lecionar na Escola Superior de Arte, associada à Academia de Artes (São Petersburgo, 1894). Nesses anos Repin pintou retratos de suas filhas, de Yevgueny Pavlov, Ivan Tarkhanov, além do Retrato do Camponês Bielorusso S. Shavrov (1892); pintou seu Auto-Retrato, Uma Mulher Napolitana e O Casamento de Nicolau II com a Grã Duquesa Alexandra Fiodorovna (1894); o Retrato do Imperador Nicolau II, de Alexander Zerzhbilovich, da Baronesa Lydia Steingel e da Princesa Maria Tenisheva (1895). No ano seguinte Repin visitou a Exposição de Toda a Rússia, realizada em Nizhni Novgorod; suas pinturas estiveram expostas na Exposição de Obras de Arte Criativa (São Petersburgo, 1896). Repin voltou ao Grupo dos Itinerantes; Lev Tolstoy visitou seu estúdio. O artista tornou-se Reitor, durante um ano, na Escola Superior de Arte (São Petersburgo, 1897). No ano seguinte Repin visitou a Terra Santa (1898); ele viajou ao longo do Volga e percorreu o Cáucaso (1899). Nesse ano Repin participou do grupo editorial do Mundo da Arte, mas logo retirou-se da revista (v.). Repin adquiriu a propriedade Penates, em Kuokkala, hoje Repino, perto de São Petersburgo, mas na Finlândia. Repin participou do júri de seleção de obras da Exposição Universal (Paris, 1900); ele viajou com sua esposa, a escritora Natália Nordmann-Severova, visitaram Munique, o Tirol e Praga. Repin retratou Vladimir Stasov, Nadeshda Repina e Natália Nordman no Sol com Chapéu Tirolês. No ano seguinte Repin recebeu a Legião de Honra. Repin continuou pintando muito: ele retratou Lev Tolstoy na Yasnaya Polyana e a pintura Fique longe de mim, Satã (1890-1900), que participou da XXIX Exposição dos Itinerantes (1901). Na época Repin trabalhou nos estudos para os 40 retratos que participarão da pintura do Encontro Cerimonial do Conselho de Estado em 7 de Maio (1901-1903, óleo/ tela, 400 cm x 877 cm, no Museu Russo de São Petersburgo). Repin pintou os retratos de Sergey Witte, e de Viascheslav Pleve, e pintou Que Liberdade! (1903, óleo/ tela, 179 cm x 284,5 cm, na Academia Russa de Artes de São Petersburgo). O artista discursou na noite dedicada à memória do pintor Vasily Vereshchagin; ele retratou o escritor Leonid Andreyev, e Alexander Zinoviev na Morte do Esquadrão Cossaco do Comandante Zinoviev (1904). Repin viajou com Nathalia Nordman para a Itália; nesse ano ele pintou o Retrato da Escritora Nathalia Nordman-Severovna (1905, óleo/ tela, 96,5 cm x 68,5 cm, no Museu Russo de São Petersburgo). No mesmo ano Repin produziu esboços que mostravam tropas governamentais abrindo fogo sobre demonstração popular pacífica, ocorrida em 9 de dezembro de 1905. Repin esboçou o retrato do escritor Máximo Gorky e de Vladimir Stasov, além de outro retrato de Natália Nordman (1905). Repin resignou da Escola Superior de Arte, associada à Academia de Artes (São Petersburgo, 1907). Repin pintou o retrato dublo de Lev Tolstoy e esposa; ele escreveu suas lembranças de Vladimir Stasov e viajou à cidade natal, Chuguyev; ele visitou a Criméia. No ano seguinte o artista denunciou publicamente a pena de morte na Rússia: Repin participou da mostra coletiva dos Itinerantes, e ilustrou vários livros de Leonid Andreyev. Repin pintou Gógol Queimando o Manuscrito da Segunda Parte de Almas Mortas (1909); ele pintou os retratos de Pyotr Stalypin, Komey Chukovsky e Lydia Yavorskaya (1910). Repin e Natália Nordman visitaram a Exposição Universal, onde sua pintura 17 de Outubro 1905 esteve exposta em Sala Especial (Milão, Itália). Repin escreveu suas reminiscências de Lev Tolstoy (1828-1910). O artista pintou Alexander Pushkin em Dia de Palestra no Liceu 8 de Janeiro de 1815 (1911). O artista produziu pinturas históricas comemorativas do centenário da invasão da Rússia por Napoleão Bonaparte (1912). Repin realizou várias idas a Moscou a fim de restaurar sua pintura histórica Ivan o Terrível e seu filho Ivan em 16 de novembro de 1581 (1885, óleo/ tela, 199,5 cm x 254 cm, na Galeria Estatal Tretyakov), danificada por um jovem lunático (Moscou, 1913). Repin sofreu nova perda afetiva: ele viajou a Locarno para assistir ao funeral da escritora Natália Nordman (Suíça, 1914). Antes de voltar aos Penates Repin visitou a Itália e depois retornou a sua casa em Kuokkala (Finlândia). No mesmo ano Repin pintou O Cosaco Kriuchkov e o Rei Alberto da Bélgica em uma Batalha (1914). Depois de pintar seu Auto-Retrato com Paleta (1915), Repin, ajudado pelo escritor Korney Chukovsky, escreveu seu livro de reminiscências, Longe e Perto (1916). Depois da Revolução Russa (1917-), Repin se retirou para sua casa de campo em Kuokkala (Finlândia): ele pintou a nova versão do quadro Puxadores de Barcaças do Volga (1870-1873, óleo/ tela, 131,5 cm x 281 cm), chamado de Os Escravos do Imperialismo (1917). As fronteiras entre a URSS e a Finlãndia foram fechadas, o artista permaneceu vivendo no exterior. Repin expôs sua coleção de pinturas de artistas russos, bem como suas próprias obras na Galeria Nacional da Finlândia (1919). Grandes celebrações homenagearam Repin, nos proeminentes círculos culturais e artísticos finlandeses (1920). Repin pintou os Finns, o retrato do celebrado pintor Axel Gallen-Kalela, que participou do primeiro grupo das vanguardas européias do século XX, A Ponte (Die Brücke, Dresden - Berlim, Alemanha,1905-1913). Repin pintou A Dúvida de Tomé, A Ascensão do Profeta Elias, Cristo e Maria Madalena (A Manhã da Ressureição; 1921-1922). Repin expôs individualmente (Praga, 1923). Na celebração dos seus 80 anos Repin recebeu muitos amigos, intelectuais e artistas, no Penates; suas pinturas estiveram expostas em Moscou (1924). Uma retrospectiva das pinturas de Repin ocorreu no Museu Russo de São Petersburgo, agora Leningrado. O Calvário de Repin foi exposto em Oslo (Noruega, 1925). Repin recusou a oferta para viver em Leningrado: ele apresentou três esboços com temática da Revolução de 1905, bem como o retrato de Alexandre Kerensky no Museu da Revolução de 1905 (1926). Repin continuou pintando Os Cossacos Zaporozhye Dançando (A Dança Hopak, 1926-1929). No ano seguite Repin faleceu e foi enterrado nas suas terras, no Penates. Repin pintou muitas cenas históricas, todas com grande domínio das técnicas tradicionais de pintura, mas firmemente ancoradas nas tradições russas. O artista também ilustrou episodicamente alguns livros infantís, entre outros, sempre cultuando a presença de sua posição manifestadamente democrática no final do século XIX. O estabelecimento da arte do Realismo Socialista Sovietico (v.), fez com que as pinturas de Repin fossem consideradas modelo e inspiração para as novas pinturas socialistas soviéticas (v. os grupos AKhRR, AKhR, Arte Totalitária e Realismo Socialista Soviético). Repin foi professor de toda uma geração de artistas das vanguardas russas, pois, na Academia de São Petersburgo ele foi mestre de Mikhail Vrubel (1856-1910), Valentin Aleksandrovich Serov (1865-1911), Alexey von Jawlensky (1864-1941) e Marianne von Werefkin (1860-1938), entre muitos outros. Jawlensky e von Werefkin se destacaram internacionalmente no Grupo do Cavaleiro Azul (Munique-Berlim, 1911-1913), liderado pelo artista russo Wassily Kandinsky (1866-1944). REFERÊNCIAS SELECIONADAS: DICIONÁRIO. CHILVERS, I. The Concise Oxford Dictionary of Art and Artists. Edited by Ian Chilvers. Oxford: Oxford University Press, 1990. 517p,, p. 513. (Oxford reference) STERNIN, G; KIRILLINA, J. Ilya Repin. New York: Pakstone International, 2011, 199p., il., color., 24,5 x 29 cm. GIBSON, M, NERET, G. Symbolism; Figures du Moderne, 1905-1914. Cologne: Benedikt Taschen, 1992, 1995. 255p.: il., p. 240.

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