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Sunday, July 6, 2014

BIOGRAFIA: EISENSTEIN, Sergey Mikhailovich (1898-1948).

BIOGRAFIA: EISENSTEIN, Sergey Mikhailovich (1898-1948). O cineasta russo conhecido e admirado internacionalmente, nasceu em Riga e morreu em Moscou. Eisenstein se formou em engenharia, no Instituto de Engenharia Civil (Petrogrado). Durante alguns meses Eisenstein acompanhou as aulas de Lev Kuleschov (1895-1960), conforme citou ALBERA (2002: 159), que enfatizou que o futuro cineasta emancipou-se rapidamente de seus primeiros mestres, V. Meyerhold (1874-1940) e depois, L. Kuleschov. A sua amizade com Sergei Tretyakov (1892-1939), não o fez assinar os manifestos do Grupo da Frente Esquerdista das Artes [LEF] (v.), nem apoiar as posições deste e de outros grupos de vanguarda ou de pesquisa. Eisenstein trabalhou como diretor de cena para a peça O Mexicano (1921), de Jack London (1876-1916), dirigida por ele juntamente com V. S. Smyaljaev; no mesmo ano ele trabalhou como assistente de direção junto com V. V. Tichinovich em Macbeth, de William Shakespeare (batizado em 1583-1616). Eisenstein continuou seus estudos no GVIRM - Laboratório Superior Estatal de Regência, sob a orientação de Vsevolod Meyerhold. Eisenstein trabalhou no Ateliê Mastfor de Nicolai Foregger (1862-1939), durante quase dois anos (1922-1923); ele foi diretor cênico junto com Nikolay Foregger na encenação da ópera bufa Amar o Cavalo, de Vladimir Mayakovsky (1893-1930), encenada no Teatro da Opera Cômica de Moscou (1922). Eisenstein assumiu, juntamente com Sergey Tretyakov, o Teatro Ambulante [PERETRU] da Organização Proletária para a Cultura e Instrução [PROLETKULT] (1923), quando ele produziu seu primeiro curta-metragem silencioso, O Diário de Glumov. Eisenstein apresentou o filme inserido na montagem da peça O Sabichão, de Alexander Nicolaevich Ostrovsky (1823-1886). Este filme levou S. Eisenstein a divulgar seu primeiro manifesto A Montagem de Atrações, publicado no terceiro número da revista Lef (1923). De acôrdo com ALBERA (2002: 158-159), esse ato marcou a separação de Eisenstein de certos autores e diretores do PROLETKULT, como Smychlaiev e Pletniev, e sua aproximação com o Grupo da Frente Esquerdista das Artes [LEF], quando ele citou Bóris Arbatov (1896-1940), Sergey Tretyakov e Aleksandr Rodchenko (1891-1956), que participavam do grupo LEF. Eisenstein tornou-se diretor dos Laboratorios T.E.A. - PROLETKULT – PERETRU ou Companhia Operística Itinerante (1923-1924). A última peça que Eisenstein montou com Tretyakov foi Máscaras de Gás (fev., 1924). Eisenstein trocou o teatro pelo cinema; ele foi um dos precursores do cinema, e um dos primeiros cineastas russos do moderno cinema pensado enquanto forma de arte e expressão individual voltada para a coletividade. O cineasta, que recebeu lições de montagem de Esfir Shub (1894-1959), condensou e reestruturou dois episódios do filme Dr. Mabuse (v. Cinema Expressionista Alemão) de Fritz Lang (Friedrich Anton Christian Lang, 1890-1976), rebatizado de A Podridão Dourada (mar., 1924). No mês seguinte, Eisenstein foi autorizado a filmar para o GOSKINO, com o apoio do PROLETKULKT, um ciclo de 07 filmes na série Rumo à Ditadura, que, supostamente, consagrariam as lutas sociais e políticas russas antes de 1917. Somente o quinto episódio, A Greve, foi realizado, pois nesse momento ocorreu a ruptura de Eisenstein com o PROLETKULT. Enquanto terminava a montagem de A Greve, Eisenstein escreveu seu primeiro artigo sobre cinema para o livro Cinema Hoje, que Alexandre Belenson (1895-1949) preparava, para o qual Lev Kuleschov e Dziga Vertov (Denis Arcadievich, 1896-1954) foram igualmente convidados a colaborar. Esse artigo de Eisenstein, A Montagem das Atrações no Cinema, foi censurado (out., 1924). No ano seguinte a coletânea de A. Belenson foi publicada na URSS; o texto de Eisenstein somente foi publicado na íntegra muitas décadas depois (in BELENSON, A. Selected Works. Vol. 01, Writtings, 1922-34. London, 1988). Nesse texto, Eisenstein discutiu as escolhas de D. Vertov e de L. Kuleschov nos filmes: ele citou o conceito Construtivista Vechtch (traduzido como Vecism, ou coisismo), na revista Vechtch, publicada por Ilya Ehrenbourg (1891-1967) e traduzida em três idiomas. No seu artigo Eisenstein discorreu sobre montagem Futurista e construção cinematográfica, reinvindicando a manutenção da ficção e da arte, recusando o fetichismo do material, na provável resposta ao poderoso burocrata Osip Brik (1888-1945) e Dziga Vertov, do Grupo da Frente Esquerdista das Artes [LEF], que publicou a revista Lef (v. revistas detalhadas, Lef e Novy Lef; v. manifestos de Eisenstein). Essas teorias de Eisenstein foram confrontadas com as teorias de cineastas mais velhos, como Lev Kuleschov, que considerava a montagem do filme como o meio de trazer para a compreensão do espectador aquilo que o cinema descrevia. Na época os diretores cinematográficos montavam os episódios filmados, as suas tomadas (shots), de modo individual, como blocos de construção, uns sobre os outros. A crítica de Eisenstein à técnica de montagem de Kuleschov foi depois amenizada por correções realizadas por ele nos seus próprios manuscritos, nos quais, no seu texto sobre cinema, ele citou a nomenclatura em inglês, usando palavras técnicas como colar (to stick), colocar, juntar (to put) e dar lugar, colocar no lugar, substituir (to place). Eisenstein participou do grupo multidisciplinar Outubro (1928-1929), de orientação Produtivista e Construtivista que reuniu, fotógrafos, cineastas, escritores e artistas plásticos, entre outros. O grupo organizou uma exposição (1930), lançou dois manifestos (1928; 1932) Foi de autoria de Eisenstein um dos mais famosos filmes da primeira metade do seculo XX: O Encouracado Potemkim [Bronenosets Potemkim, 1930, U.R.S.S., 74’), com a inesquecível cena da matança dos marinheiros revoltosos nas escadarias de Odessa. Eisenstein filmou varias de suas películas no México, na época em que muitos intelectuais e dissidentes russos, inclusive Léon Trotsky se refugiaram nesse pais para fugir das perseguições políticas movidas pelo endurecimento do regime totalitario na U.R.S.S.. Um dos filmes dessa época foi o nunca concluido E Viva Zapata! (México, 1932). Obras de Eisenstein participaram de várias mostras internacionais de cenografia como Artistas do Teatro Soviético dos Últimos Dezessete anos, 1917-1934, itinerante à Moscou e Leningrado (1935-1936); da mostra Paris - Moscou, 1900–1930 (Paris, 1979); Os Pintores e o Teatro no Século XX, itinerante à Frankfurt e Avignon (1986); Noites de Dezembro (Moscou, 1988); Arte Russa e Soviética, 1887–1930 (Turim, 1989); A Vanguarda Teatral Russa, (Amsterdã, 1989). REFERÊNCIAS SELECIONADAS: ALBERA, F. Eisenstein e o construtivismo russo - A dramaturgia da forma em "Stuttgart". Tradução de Eloisa Araújo Ribeiro. São Paulo: Cosac e Naify, 2002, pp 20, 21,158-159. CATÁLOGO. ATTI, F. C. degli; FERRETTI, Daniela (Org.). Rusia, 1900-1930, L'Arte della Scenna. Milano: Galeria Electa. Moscou: Museu Bachrusín, 1990, p. 170. EISENSTEIN, S.; MARSHALL, H. (Pref.). Memórias imorais: uma autobiografia. Tradução de Carlos E. M. de Moura. São Paulo: Herbert Marshall, Companhia das Letras, 1987, p. 100. , INTERNET. Nikolai Ostrovsky. From Wikipedia, the free encyclopedia. This page was last modified on 31 May 2014 at 20:34. Retrieved from: Acessed in July 6, 2014.

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