Translate

Wednesday, July 9, 2014

1918-1932-CINEMA SOVIÉTICO PÓS-REVOLUÇÃO RUSSA.

CINEMA SOVIÉTICO PÓS-REVOLUÇÃO RUSSA (1918-1932). No seio do Comissariado Popular para Educação e Cultura [IZO], a seção de cinema foi entregue a N. Kupskaia, esposa de Lenin e membro atuante na direção do PC. A parte cultural da instituição ficou a cargo da autoridade do Coronel Anatoly Lunacharski (1875-1933), que respondia diretamente a Lenin. A situação econômica do país logo se tornou catastrófica, levando a uma situação social bastante tensa, com levantes e greves que logo conduziram a U.R.S.S. à dita, Rebelião de Cronstadt (1921). As autoridades soviéticas criaram a NEP, organização estatal que operou o retorno da sociedade russa ao Capitalismo estatizado. Na época, começou a primeira perseguição ao cinema no novo regime político soviético: Lenin centralizou o domínio do estado sobre o cinema na VGIK. O cineasta Lev Kuleshov (1899-1960) foi quem organizou a primeira Escola de Cinema no mundo, o Instituto Gerasimov de Cinematografia. O Coronel Anatoly Lunacharski, sob a orientação de Lenin, utilizou o cinema como meio de propaganda do novo regime. O próprio coronel escreveu o argumento de alguns filmes, como O Temerário, com N. Tourkine e M. Naomov. No início da década de 1920, devido a ascensão de Ióssif Stalin (1922-1953), Lunacharski emigrou: ele viveu na França até o final de seus dias (1923-1933). O coronel foi grande admirador de V. V. Mayakovski (1893-1930): ele expressou essa admiração na carta dirigida ao poeta (27 mar., 1927; ALBERA 2002). Na França, Lunacharski escreveu e publicou os livros: Lenin e o Cinema (1929) e Os Problemas da Arte do Cinema (1931). No período da Segunda Guerra Mundial todos os grandes estúdios cinematográficos soviéticos, que se encontravam localizados em Moscou foram transferidos para Alma-Ata, região remota do Uzbesquistão. Foi nesse local inóspito que Eisenstein rodou o seu último filme,. Ivan o Terrível. Logo após a finalização da segunda parte, Eisenstein sofreu grave ataque cardíaco, e depois de 18 meses faleceu, resultado de outro colapso cardíaco. Declarou MARSHALL (1983) que o inevitável aconteceu: a resolução condenatória do Comitê Central abateu-se como um raio sobre os mais destacados diretores do cinema soviético: Eisenstein (Sergei Mikhailovich Eisenstein, 1898-1948), Pudovkin (Vsevolod Illarionovich Pudovkin, 1893-1953), Kozintsev (Grigory Mikhailovih Kosintsev, 1905-1973) e Trauberg (Leonid Zhakarovich Trauberg, 1902-1990). Os cineastas foram punidos pela representação fictícia das histórias que retrataram nos seus filmes. Assim é que, Ivan o Terrível - o poderoso líder, diplomata e homem de Estado, criador do Estado multinacional russo, antecessor de Pedro o Grande - foi retratado por Eisenstein como déspota, tirano sanguinolento, dono de consciência abalada e vontade doentia. Esse, o último filme de Eisenstein, foi proibido durante a era Stalin (1924-1953), somente liberado 15 anos após a morte do líder soviético, quando, mesmo inacabado, foi aclamado internacionalmente como obra-prima do russo Eisenstein. REFERÊNCIAS SELECIONADAS: ALBERA, F. Eisenstein e o construtivismo russo - A dramaturgia da forma em "Stuttgart". Tradução de Eloisa Araújo Ribeiro. São Paulo: Cosac e Naify, 2002, pp. 184, 197, 201,203. DICIONÁRIO. PASSEK, J-L, GUILLEMOT, M. (Coord.). Larousse Dictionaire du Cinéma. Paris: Larousse, 1995. Larousse-Bordas, 1995. 1996, p. 1350 1996, ENCICLOPÉDIA.CASSOU, J.; BRUNEL, P.; CLAUDON, F; PILLEMONT, G.; RICHARD, L. (Col.). Petite Encyclopedie du Symbolisme: Peinture, Gravure et Sculpture, Littérature, Musique. Paris: Somogy, 1988, pp. pp. 266-267. EISENSTEIN, S; MARSHALL, H. (Pref. e Ed.). Memórias imorais: uma autobiografia. Tradução de Carlos Eugênio Marcondes de Moura. São Paulo: Cia das Letras, 1987, pp. 14, 128, n. 9-12,

No comments: