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Saturday, October 31, 2015

1912-1921 GRUPO (FRANCÊS) DO CUBISMO ÓRFICO OU GRUPO DO ORFISMO [ORFISME] (Paris, 1912-1921; Berlim, 1913, no único Salão de Outono Alemão; e na mostra do Grupo Russo da História dos Quadros, Moscou, 1913).

1912-1921 GRUPO (FRANCÊS) DO CUBISMO ÓRFICO OU GRUPO DO ORFISMO [ORFISME] (Paris, 1912-1921; Berlim, 1913, no único Salão de Outono Alemão; e na mostra do Grupo Russo da História dos Quadros, Moscou, 1913). Destaques: APOLLINAIRE, Guillaume, Robert DELAUNAY. O Orfismo surgiu diretamente do Cubismo, mas foi como grupo liderado por Robert Delaunay, considerado o principal expoente do movimento, visitante da primeira mostra Cubista (Paris, 1908). Delaunay formou o grupo de pintores que não aceitou as restrições do monocromatismo Cubista estabelecido pelos principais iniciadores do movimento em 1910, os expoentes Georges Braque (1882-1963) e Pablo Picasso (1881-1972). Guillaume Apollinaire (1880-1918), amicíssimo de Delaunay, na companhia de quem visitou o russo Wassily Wassilievich Kandinsky (1866-1944) em Munique (1912), nomeou o movimento dos dissidentes. O escritor e poeta Apollinaire publicou sua crítica sobre a pintura colorida de Delaunay, que formou a base do Orfismo quando lançou sua série das ditas, Janelas Simultâneas, no Salão dos Artistas Independentes (20 de março, 1912). Apollinaire escreveu: […] O Orfismo surgiu de Matisse e do Fauvismo, especialmente das suas tendências luminosas e antiacadêmicas […]. Apollinaire publicou o primeiro artigo sobre a arte de Robert Delaunay na revista Temps [Tempo] (1912); e publicou o primeiro texto importante de autoria do pintor, Realidade, Pintura Pura [Realité, peinture pure], na revista que ele editou, Les Soirées de Paris [As Noites de Paris] (dezembro de 1912). Apollinaire, fluente em oito idiomas, empregou o termo Orfismo pela primeira vez no artigo publicado em alemão na revista Der Sturm (Berlim, janeiro, 1913). Na palestra inspirada em Orfeu, proferida por Apollinaire, surgiu o nome do estilo que hoje é conhecido como Orfismo, no grupo que ele batizou por ocasião da inauguração da exposição dos dissidentes cubistas no primeiro e único Salão da Seção de Ouro, realizado na Galeria La Boétie (Paris, outubro de 1912). Outra nomenclatura nasceu com o crítico francês André Warnod (1885-1960), que citou a Escola Órfica no artigo publicado na revista Comoedia [Comédia] (Paris, 18 de março, 1913). A primeira mostra coletiva do Cubismo ocorreu no dito, Salão Cubista, realizado no Salão dos Artistas Independentes (20 de março - 16 de maio, 1911). Participaram pinturas de Robert Delaunay, que apresentou seu Cubismo de celebração, colorido, sofisticado, com referências à metrópole, cidade-luz, artista que se tornou conhecido como o mais parisiense dos pintores. Participaram dessa exposição significativa obras de Marcel Duchamp (1887-1963), Albert Gleizes (1881-1953), Juan Gris (1887-1927), Auguste Herbin (1882-1967), de Kupka, Henri de La Fresnaye (1885-1925), Marie Laurencin (1885-1957), Henri Laurens (1885-1962), Fernand Léger (1881-1955), Henri Le Faucconier (1881-1946), André Lhote (1885-1962), Jean Metzinger (1883-1956), Amedeo Modigliani (1884-1920), Louis Marcoussis (Ludwig Castor Markus, 1878-1941), Francis Picabia (1879-1953), Georges Rouault (1871-1958), da ucraniana Sonia Terk (depois Delaunay, 1885-1962), Jacques Villon (Gaston Duchamp, 1875-1963); e dos escultores russos Archipenko (1887-1964) e Osip Zadkine (1890-1967), do romeno Constantin Brancusi (1876-1957), e do francês, irmão de Marcel Duchamp, Raymond Duchamp-Villon (1876-1918), entre outros. As pesquisas de cor, presentes no Orfismo e no Simultaneísmo de Delaunay, receberam influencias do Fauvismo e Cubismo que nasceram das pesquisas da cor do químico Eugène Chevreul (Michel- Eugène Chevreul, 1786-1889), presente nas pinturas de Georges Seurat (1859-1891) e dos Pontilhistas, posteriormente denominados de Neo-Impressionistas ou Pós-Impressionistas. Na época, o termo orfismo foi designação genérica aplicada a todas as obras abstratas e coloridas das vanguardas artísticas francesas, não designando especificamente as pinturas do Orfismo, porém hoje, quando nos referimos ao Orfismo, lembramos inicialmente das pinturas dessa fase de Delaunay e das obras de Kupka e Sonia Delaunay (Hulten, 1986: 570). Outros artistas que se destacaram no Salão dos Independentes que iniciou o Orfismo foram o tcheco Otto Gutfreund (1889-1927) e o francês Raoul Dufy (1877-1953), que formaram com Delaunay e outros o dito, Grupo (Francês) da Seção de Ouro (Paris, 1912). Convidado por W. Kandinsky, R. Delaunay expôs suas pinturas na segunda mostra do Grupo do Cavaleiro Azul, inaugurada na Galeria Hans Goltz (Munique, março, 1912). Delaunay e seu grupo do Orfismo expuseram suas pinturas na Galeria da Tempestade, no único Salão de Outono Alemão, organizado por Herwarth Walden, que recebeu amostragem significativa das obras modernas francesas, nessa que pode ser considerada como a terceira mostra do Grupo do Cavaleiro Azul, com texto de apresentação do convite por Apollinaire, ocasião em que Kandinsky, patrocinado pela revista Der Sturm, publicou a segunda edição do Almanaque do Cavaleiro Azul (Berlim, janeiro de 1913). No mesmo ano Delaunay expôs A Equipe de Cardiff [L'equipe de Cardiff] (1912, no acervo do MNAM, Paris), na Sala 45 do Salão dos Artistas Independentes. Nessa época, dois artistas norte-americanos que estudavam arte em Paris, Stanton Macdonald Wright (1890-1973) e Morgan Russell (1886-1953), adotaram nas suas obras a Abstração no estilo do Orfismo de Delaunay, que lançaram como movimento independente, nomeado de Sincromismo [Synchromisme] (Hulten, 1986: 532). O Sincromismo foi diretamente inspirado nas obras de Delaunay, de quem o também americano P. H. Bruce foi aluno. As pinturas do Sincromismo também estiveram em exposição no Salão de Outono Alemão (Berlim, 1913); e, em mostras nos Estados Unidos, entre as c. 300 obras de vanguardistas europeus e c. 700 pinturas de artistas americanos que participaram da dita, Exposição da Armada [Armory Show] (Nova York, NY, 1913). O Grupo do Orfismo também expôs pinturas na mostra coletiva anual do Salão dos Independentes (c. 1913-1922). REFERÊNCIAS SELECIONADAS; ATÁLOGO. HULTEN, P. (ORG.); JUANPERE, J.A.; ASANO, T.; CACCIARI, M.; CALVESI, M.; CARAMEL, L; CAUMONT, J; CELANT, G; COHEN, E.; CORK, R.;CRISPOLTI, E.; FELICE, R; DE MARIA, L.; DI MILLIA, G.; FABRIS, A.; FAUCGEREAU, S.; GOUGH-COOPER, J.; GREGOTTI, V.; LEVIN, G.; LEWISON, J.; MAFFINA, F.; MENNA, F.; ÁCINI, P.; RONDOLINO, G; RUDENSTINE, A.; SALARIS, C.; SILK, G.; SMEJKAI, F.; STRADA, V.; VERDONE, M.; ZADORA, S. Futurism and Futurisms. New York: Solomon R. Guggenheim Museum, Abeville Publishers, 1986. 638p.: il, retrs., pp. 532, 570. ARGAN, G. C.; VINCA-MASSINI, L. (Biogr.). Arte Moderna. Tradução de Denise Bottman e Federico Carotti. São Paulo: Companhia das Letras, 1992. 709p., p. 660. LÉVÊQUE, J-J. Le triomphe de l'art moderne: les Anées Folles. Paris: A. C. R. Éd. Internationalles, 1992. 624p.: il., retrs, p. 288. LUCIE-SMITH, E. Art Today. Oxford: Phaidon Press, 1977. 21,5 x 26,5 cm. 417p.: il., retrs., p. 488. NÉRET, G. 30 ans d'art moderne: peintres et sculpteurs. 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