Translate

Wednesday, May 9, 2012

DÉCIMA QUARTA PARTE REFORMULADA DA HISTÓRIA DOS BALÉS RUSSOS

[BALLETS RUSSES], DA CIA. TEATRAL SERGEI PAVLOVICH DIAGHILEV (Paris, 1909-1929).

Temporada:1928.

Novos balés: O Baile [Le Bal] (Carlo Rieti); balé Os Deuses Mendigantes [Les Dieux mendiants] (Handel); balé Ode (Cantata, Nicolas Nabokov); balé Apolo, Líder das Musas [Apollon Musagète] (Stravinsky).

Balé Apolo, Líder das Musas [Apollon Musagète] estreou nos EUA com a música composta para orquestra de cordas, produzida sob encomenda da Sra. Elizabeth Sprague Coolidge (Washinghton, D.C.), a Igor Stravinsky. O autor reservou para a Cia. Teatral S. P. Diaghilev os direitos autorais europeus, para estréia no mesmo ano. Último balé de Stravinsky com coreografia de George Balanchine para os Ballets Russes na Europa: figurinos clássicos de Mlle. Chanel.

Balé Os Deuses Mendigantes [Les Dieux mendiants]: com música de Handel a pedido de Diaghilev, com intermediação das patronesses Lady Cunard, Lady Juliet Duff and Lord Rothermere, preparado para agradar a audiência Londrina. Esse balé, com coreografia de George Balanchine foi montado aceleradamente, aproveitando cenários pouco utilizados de Juan Gris que estrearam anteriormente com As Tentações da Pastorinha (Monte Carlo, jan., 1924); e exepcionais figurinos de Léon Bakst aproveitados do balé Daphnis e Chloé (Paris, 8 junho, 1912). Handel, com o maestro Sir Thomas Beecham, agradou: o balé foi grande sucesso desde que estreou no Teatro de Sua Majestade [Her Majesty] (Londres, 16 julho, 1928).

Terceiro novo balé, Ode (Cantata, de Nicolas Nabokov), com coreografia de Léonid Massine, cenários e figurinos do artista russo Pavel Tchelitchev e, iluminação planejada do cineasta Pierre Charbonier (Paris, 6 jun.1928).


Balé O Baile [Le Bal] (Carlo Rietti).

O balé O Baile [Le Bal], com argumento de Carlo Rietti, coreografia de Georges Balanchine, cenários e figurinos de Giorgio de Chirico, teve a montagem supervisionada por Bóris Kochno. O balé, foi dançado por Anton Dolin como par de Alexandra. Danilova, nesse espetáculo que estreou em Monte Carlo (7 de maio, 1928). Um desenho de traje e três fotografias posadas dos bailarinos, se encontram reproduzidas (SHEAD, 1989: 166-169).


Balé Ode (Cantata, de Nicolas Nabokov).

A produção especial do ano foi Ode, inspirada no russo Mikhail Lomonosov que escreveu o poema Ode a Grandeza da Natureza e a Aurora Boreal; evocação da corte da rainha Elizabeth da Rússia. A música escolhida foi a Cantata, do jovem compositor russo Nicolas Nabokov. Massine ficou encarregado da coreografia desse novo balé e Bóris Kochno da organização da companhia e da execução dos complicados cenários para Ode, do artista russo Pavel Tchelitchev. (v. o Grupo (Parisiense) dos Neo-Humanistas).
O cenógrafo e figurinista foi exigente, e, como resultado prático, ocorreu que sua cenografia, avançadíssima para a época, complicou a realização. Os cenários de Ode criaram inúmeros problemas técnicos, somente resolvidos na última hora: na ousadia de sua concepção, Tchelitchev desapareceu com a corte da rainha e sómente criou cenários para a imponderável Ode à natureza, que celebrou com costumes fosforecentes de malha colante, usando como cenário panos imensos de cor natural de linho rústico que pendiam do alto do teto do teatro, e quase trinta bonecas suspensas por cordas invisíveis, sob complicados efeitos de luminance, criada e executada pelo cineasta francês Pierre Charbonnier.

Diaghilev precisou viajar deixou a produção sob a direção de Bóris Kochno: quando ele voltou, poucos dias antes da estréia, encontrou verdadeiro caos instalado. Diaghilev foi obrigado a assumir a organização desse balé: Ode foi o balé da abertura da temporada parisiense, realizada no Teatro Sarah Bernhardt (6 junho, 1928).

Os bailarinos, liderados por Serge Lifar, apresentaram momentos de insuperável beleza no balé, mas, sendo obra tão complicada do ponto de vista da montagem cenográfica, o espetáculo não se repetiu na tournê dos Ballets Russes. A produção foi muito bem sucedida e resultou em um dos mais modernos e belos espetáculos da companhia. Duas fotografias de Ode, mostrando o cenário de Pavel Tchelitchev, bem como a fotografia de B. Kochno junto com Diaghilev e membros da troupe dos Balés Russos, se encontram reproduzidas (SHEAD, 1989; 158-159; 164-165).


Balé Apolo, Líder das Musas [Apollon Musagèté] (Igor Stravinsky).

Estreou o último balé com música de Igor Stravinsky para os Ballets Russes, Apolo, Líder das Musas [Apollon Musagète] (1928), mais conhecido como Apolo [Apollon]. Este balé finalizou a parceria européia do músico russo Igor Stravinsky com o coreógrafo, também russo, George Balanchine, retomada depois nos Estados Unidos, para onde ambos emigraram.

A Cia. Teatral S. P. Diaghilev passou o outono viajando pela Inglaterra; o ano terminou com quatro apresentações na Ópera de Paris. Nijinsky, que estava internado na instituição onde terminou seus dias, foi trazido para assistir uma destas apresentações, a de Petrushka, que ele dançou anteriormente com Tamara Kasarvina. Havia a esperança de que o grande bailarino ficasse repentinamente curado de sua desordem mental. No intervalo desse balé, Nijinsky foi levado até o palco, quando foi fotografado na companhia de Sergei Diaghilev, Tamara Kasarvina, Serge Lifar e Alexandre Benois, entre outros (1928). A terapia de choque não funcionou e o grande bailarino terminou seus dias completamente alienado.

REFERÊNCIAS SELECIONADAS:

CATÁLOGO. HULTEN, P. (ORG.); JUANPERE, J.A.; ASANO, T.; CACCIARI, M.; CALVESI, M.; CARAMEL, L; CAUMONT, J; CELANT, G; COHEN, E.; CORK, R.;CRISPOLTI, E.; FELICE, R; DE MARIA, L.; DI MILLIA, G.; FABRIS, A.; FAUCGEREAU, S.; GOUGH-COOPER, J.; GREGOTTI, V.; LEVIN, G.; LEWISON, J.; MAFFINA, F.; MENNA, F.; ÁCINI, P.; RONDOLINO, G; RUDENSTINE, A.; SALARIS, C.; SILK, G.; SMEJKAI, F.; STRADA, V.; VERDONE, M.; ZADORA, S. Futurism and Futurisms.

CATALOGUE RAISONNÉ, CACHIN, F.; MINERVINO, F. Tout l'oeuvre peint de Picasso, 1907-1916. Introduction par Françoise Cachin; documentition par Fiorella, Minervino. Paris: Flammarion, 1977.

PEREIRA, R. Tatiana Leskova: nacionalidade bailarina. Série Memória do Teatro Municipal. Rio de Janeiro: Ministério da Cultura, FUNARTE, Fundação Teatro Municipal do Rio de Janeiro, 2001, pp. 49, 52
New York: Solomon R. Guggenheim Museum, Abeville Publishers, 1986. 638p.: il, retrs., p. 523.135p.: il. algumas color. - notas gerais – inclui índices; cronologia 23,5 x 31 cm, pp. 85, 127.

SHEAD, R. Ballets Russes. Secaucus, New Jersey: Quarto Book, Wellfleet Press, 1989. 192p.: Il,.algumas color., 25 x 33 cm, pp. 74, 81-86, 95-96, 97-99, 107, 151, 154-157, 167, 183.

No comments: