Translate

Sunday, June 3, 2012

BIOGRAFIA: BENOIS ou BENUA, Alexandr Nikolaievitch (1870-1960).


 BIOGRAFIA: BENOIS ou BENUA, Alexandr Nikolaievitch (1870-1960).


Artista plástico, pintor, ilustrador, cenógrafo, figurinista, diretor teatral russo e escritor, foi um dos dos mais destacados artistas das vanguardas no século XX. Benua nasceu em São Petersburgo e faleceu como Benois, em Paris: sua família tinha origem francesa e seu pai foi o arquiteto da corte dos Czar.

Benua estudou como aluno livre da Academia de Belas Artes (1887-1888); ele estudou Direito na Escola de Jurisprudência da Universidade de São Petersburgo (1890-1894). O artista, associado a Léon Bakst e Sergey Diaghilev, foi um dos fundadores do Grupo Mundo da Arte [Mir Iskusstva], que lançou a revista homônima, (São Petersburgo, 1898-1904). A publicação e a associação de artistas conseguiu o apoio de algunspatronos, como do comerciante russo Savva Mamontov (v. Glossário ColôniaAbramcevo); e da princesa Maria Tenisheva (v. Glossário: Colônia Talaskino). Benua expôs com o grupo (1899-1904); nesse período, ele escreveu e ilustrou vários livros e editou a revista mensal Tesouros da Arte Russa.

Benua viveu dois prolondados períodos na França (Paris, 1895-1899; 1906-1909), quando organizou com Sergey Diaghilev a Cia. Teatral S. P. Diaghilev, promotora dos Balés Russos [Ballets Russes] (Paris, 1909-1929). Artista extremamente dotado, Benois desenhou vários cenários para os balés, como para a estréia na ópera Bóris Godunov, com música de Modest Petrovich Musorgsky (1907); para As Silfides, com música de Piotr Ilitch Tchaikowsky (1909), ; Gisele, com música de Adam (1910); O Pavilhão de Armide, com música de Nicholas Tcherepnin (1911), Petrouchka (1911) e O Canto do Rouxinol (1914), ambos com música de Igor Stravinsky; para a Ópera Philemon e Bauci, com música de Gounod (1915).

A concepção do balé O Pavilhão de Armide [Le Pavillon d’Armide] foi idealizada por Benois, que escreveu o libreto do drama em um ato e três quadros, baseado em Omphalle, de T. Gauthier; a música foi de N. N. Tcherepnin e a coreografia de M. M. Fokine. O balé estreou em São Petersburgo, no Teatro Mariinsky (1907), tendo por regente da orquestra o maestro R. Drigo. O balé foi uma das obras apresentadas com a regência do autor da música, N. N. Tcherepnin, na dita, Temporada Russa, no Teatro do Châtelet (Paris, 1907-1908).

Desde o início do século Benua começou a trabalhar como cenógrafo: ele passou à Diretor Teatral (1907), na época da estréia da primeira Temporada Russa encenada com trechos de óperas e balés, em Paris. Benois trabalhou para o Teatro do Ermitage; ele encenou seu primeiro trabalho A Vingança Amorosa [La Vendetta d’Amore], de A. S. Tairev, no Teatro de Arte de Moscou (MChAT). Benua encenou a obra de A. S. Pushkin: O Festim no Tempo da Peste , que dirigiu em conjunto com K. S. Stanislawsky, no Teatro Mariinsky (Petrogrado, 1914).

Logo após a Revolução Russa e através de suas relações nas mais altas esferas sociais e políticas, pré e pósrevolucionárias, Benua foi apontado diretor do mais importante museu do país, o Ermitage, que, havia ficado acéfalo (1918), cargo no qual permaneceu durante alguns anos. Nesse período, Benua encenou a Dama de Piche, de P. I. Caikovsky, no Teatro Mariinsky (Petrogrado, 1921); ele encenou a ópera As Bodas de Figaro [Le Noce di Figaro], de P. A. Beaumarchais, no Grande Teatro Dramático (Leningrado, 1926),

Quando começou a ser implantado o período conhecido como do Terror Stalinista, Benua saiu da URSS e voltou a viver na França (1926). Benua tornou-se decorador e cenógrafo importante no cenário europeu, tanto dos espetáculos dos Ballets Russes, que acompanhou até o final da última temporada da companhia (1929), bem como criou cenários e figurinos para outras importantes companhias teatrais. Agora, com o nome traduzido para Benois, Benua criou os cenários para a peça de Victor Hugo, Ruy Blas, encenada pela Comédia Francesa (Paris, 1927); para os Ballets de Monte Carlo, de Ida Rubinstein, produziu a cenografia e figurinos para a Princesa Cisne, com música de Igor Stravinsky; e para a peça de Molière, O Burguês Gentil [Le Bourgeois Gentilhomme] (1932); cenografia para o Bolero, de Maurice Ravel (1934), que Nijinsky foi o primeiro a coreografar e a dançar e que talvez seja o espetáculo de dança clássica mais conhecido, no século XX. Benois criou os cenários para O Baile de Cadetes [Le Bal de Cadets] (1940) e Raymonde (1946); para os Ballets do Marquês de Cuevas, criou cenários e figurinos para O Moinho Encantado [Le Moulin Enchantée] (1948). Benois criou cenografia para o Teatro Scala, em Milão e para o Royal Ballet, em Londres.

Paralelamente Benois desenvolveu sua carreira de pintor: suas obras participaram das mostras da União de Pintores (São Petersburgo, 1903-1910) e o artista tornou-se membro vitalício do Salão de Outono, em Paris. Benois escreveu vários livros: A Escola Russa de Pintura (1916); Reminiscências dos Balés Russos (1941) e Memórias (1960). A sobrinha de Benois, Nadja, foi mãe do famoso ator do cinema internacional, Peter Ustinov.

As cenografias de Benois participaram das seguintes mostras póstumas: Mostra do Balé na Suécia (1980); Tesouros do Museu Bachrusín (Moscou, 1980); Mostra do Balé na Itália (1982); Duzentos anos do Legado Russo – Sueco,(Moscou, 1983); Página da História do Balé Russo e Soviético (Grécia, 1984; Espanha, 1985); Sipario Teatrale (Itália, 1984); Arte Russa e Soviética, 1870–1930 (Turim, 1989); Rusia 1900–1930, l’Arte della Scena (Milão, 1990); Arte Russa, na Oca, no Parque do Ibirapuera (São Paulo, 11 jun. - 09 set., 2002); Sergey Diaghilev e a Cultura Artística Russa do Século XIX e XX, no Museu Estatal Teatral Alexey Bachrusín (Moscou).


REFERÊNCIAS SELECIONADAS:

CATÁLOGO. ATTI, F. C. degli; FERRETTI, D. (Org.). Rusia, 1900-1930, L'Arte della Scenna. Milano: Galeria Electa. Moscou: Museu Bachrusín, 1990, p. 74.

CATÁLOGO. KRENS, T.; GOVAN, M.; GUSEV, V.; PETROVA, E.; KOROLEV, I. WEBER, J.; GRASSNER, H.; LODDER, C. La Vanguardia Rusa, 1905-1925 en Las colecciones de los Museos Rusos. Madrid: Fundación Central Hispano, Fondación ELF, 1993. 295p.: il., color., pp. 27-32, 40-44.

CATÁLOGO. KRENS, T.; GOVAN, M.; GUSEV, V.; PETROVA, E.; KOROLEV, I. WEBER, J.; GRASSNER, H.; LODDER, C.;.WEBER, J. The Great Utopia: The Russian and Soviet Avant-Garde, 1915-1932. Shirn Kunsthalle, Frankfurt: 01-10May, 12992. Stedelijk Museum, Amsterdam; Salomon R. Guggenheim Museum, New York. New York: Salomon R. Guggenheim Museum, Rizzoli, 1992, 732 p.: il., pp. 39-40.

DICIONÁRIO. CHILVERS, I. The Concise Oxford Dictionary of Art and Artists. Edited by Ian Chilvers. Oxford: Oxford University Press, 1990. 517p,, pp. 66-67. (Oxford reference).



No comments: