BIOGRAFIA: AURIC, Georges (1899-1983).

 BIOGRAFIA: AURIC, Georges (1899-1983).

O músico e compositor francês foi discípulo de Eric Satie, e personificou o espírito desejado por Jean Cocteau, para seu balé Os Noivos da Torre Eiffel [Les mariés de la Tour Eiffel], paródia com gigantescas máscaras criadas por Jean Hugo e Valentine Gross (futuramente, Hugo). O balé foi encenado com libreto de Jean Cocteau, cenários e figurinos de Irene Lagut, com a coreografia de Jean Borlin, o principal bailarino da companhia dos Balés Suecos [Ballets Suedois], dirigida por Rolf de Maré (Paris, 1921).

Auric compôs a música de abertura, alegre, mas cáustica, totalmente adequada para esse balé bizarro. A obra musical foi colaboração dos músicos que formaram o Grupo dos Seis [Groupe des Six] (Paris, 1920-1924). Esse grupo, que se tornou conhecido nas vanguardas francesas, se mostrou hostil quanto a influência do Wagnerianismo e do Impressionismo na música erudita francesa e buscou se alinhar com as vanguardas artísticas e literárias da época, com Guillaume Apollinaire, Paul Claudel, Jean Cocteau, Paul Éluard, André Gide e Louis Aragon, nomes aos quais foram relacionados. Desses, Aragon e Éluard pertenceram ao Grupo do Surrealismo (Paris, 1924-1966).

O produtor dos Ballets Russes [Balés Russos], Sergey Diaghilev, contratou Auric para compôr a música para os balés Os Maledicentes [Les Fâcheux]; Os Tripulantes [Les Matelots] e A Pastoral [La Pastorale] (1926). O balé Os Maledicentes [Les Fâcheux], nome e argumento derivado de comédia de Molière, recebeu a música de Georges Auric, coreografia de Léonid Massine, cenários e figurinos de Georges Braque (Paris, 1924). O balé Os Tripulantes [Les Matelots], recebeu a música de Georges Auric, coreografia de Léonid Massine, cenários e figurinos de André Derain (Paris, 1925). Finalmente o balé A Pastoral [La Pastorale], com libreto de Bóris Kochno, música de Georges Auric, coreografia do russo Georges Balanchine, com cenários e figurinos de André Derain (Paris, 1926). 

A companhia dos Ballets de Monte Carlo, de Ida Rubinstein, contratou Auric para compor a música para o balé Encantamentos de Alcina [Enchantementes d'Alcine]. Posteriormente Auric compôs a música para Quadrilha [Quadrille], para o Ballet du Théâtre des Champs Elysées (Paris, 1946); e para o balé do Théâtre de l´Opera de Paris, Auric compôs ainda música para os espetáculos O Pintor e seu Modelo [Le Peintre et son modèle] (1949) e Fedra [Phèdre] (1950).

Jean Cocteau contratou Auric novamente para compôr música para seus filmes O Sangue de um Poeta [Le Sang d'un poete], O Eterno Retorno [L'Eternel Retour] e Orfeu [Orphée]; as duas primeiras produções citadas foram projetadas na mostra Surrealismo Cinema e Vídeo, no CCBB (Rio de Janeiro, 2001).

REFERÊNCIASSELECIONADAS:

CATÁLOGO. Surrealismo Cinema e Vídeo. Rio de Janeiro: CCBB, 2001.

ENCICLOPÉDIA. HINDLEY, G. (Ed.); HOPKINS, A. (Introd.). The Larousse Encyclopedia of Music. Based on DUFOURQ, Norbert. La Musique: les hommes, les instruments, les oeuvres, Paris: Larousse, 1965. London, New York, Sidney, Toronto : Hamlyn, 1971, 1974, 1975, 1976, 1977. 576p.: il.,.algumas color., pp. 400-401, 21 x 28,5 cm.

HAGER, B. Les Ballets Suedois. Translated by Ruth Sharman. London: Thames and Hudson, 1990. 303p.: il., algumas color., p. 293.