BIOGRAFIA: BALANCHINE, George, Georgy Melinovitch Balanchivadze (1904-1983). Segunda parte.

BIOGRAFIA: BALANCHINE, George, Georgy Melinovitch Balanchivadze (1904-1983). Segunda parte.

No começo da década de 1930 Balanchine passou curto período com o Balé do Teatro da Ópera de Paris [Ballet du Théâtre de l’Opera de Paris]; ele foi exonerado quando seu contrato terminou, deixando como coreógrafo Léonid Massine (1894-1979). Quando a Cia. Teatral S. P. Diaghilev, promotora dos Ballets Russes, encerrou suas atividades, Massine adquiriu cenários e figurinos de vários espetáculos completos anteriormente encenados, sendo a maioria com sua coreografia (1929). Esse perfil tornou Massine interessante para o Balé do Teatro da Ópera de Paris agora tendo como principal diretor o bailarino estrela dos Balés Russos, Serge Lifar. Balanchine foi contratado como bailarino e coreógrafo da nova companhia, Os Balés [Les Ballets] (Paris, 1933; v.), patrocinada pelo rico anglo-americano Edward James, na época casado com a patrocinadora dos Balés Russos, amicíssima de Diaghilev, que ficou conhecida como Mísia Sert (Maria Zofia Olga Zenadja Godbeska; v. biografia). Um dos organizadores dessa companhia foi Bóris Kochno, entre os principais assessores de Diaghilev nos últimos anos de sua vida. Balanchine criou seis novos balés para Os Balés [Les Ballets], cujas produções foram as de estilo mais próximo dos Ballets Russes, nos quais sempre predominou o espírito do trabalho em equipe. As músicas para os novos balés foram compostas por Darius Milhaud (1892-1974), Henri Sauguet (Henri Poupard, 1901-1989) e Kurt Weill (v. biografia), entre outros. A companhia Les Ballets teve curtíssima vida, menos de um ano.

Depois dos seis balés para os quais Balanchine criou obras-primas de coreografia  para Os Balés, o russo foi persuadido por Lincoln Kirsten, patrocinador das viagens dos Ballets Russes da Cia. S. P. Diaghilev nos Estados Unidos, a viver nesse país. Balanchine organizou a Escola do Balé Americano [School of the American Balet],  inaugurada em Nova York (2 jan., 1934). Um dos patrocinadores foi Edward M. M. Warburg, e, no final do primeiro ano os estudantes apresentaram Serenata [Serenade] na propriedade dele. No ano seguinte Balanchine organizou a sua primeira companhia, o Balé Americano [American Ballet] (1935), que se apresentou no Metropolitan Opera House (Nova York, 1936). Balanchine coreografou Orfeu e Eurídice [Orfeo and Eurydice] e, no ano seguinte, promoveu programa com música de Igor Stravinsky (1882-1971). A companhia de Balanchine, renomeada de Caravana do Balé Americano [American Ballet Caravan], se instalou em Hollywood (1938). A nova companhia realizou muitas turnês na América do Norte e Sul. Vera Zorina casou-se com Balanchine, com quem viveu alguns anos (1938-1946).

Nas décadas de 1930-1940 Balanchine realizou coreografias para vários espetáculos musicais da Broadway, de Richard Rodgers, Lorenz Hart e Vernon Duke. Quando o Balé Americano encerrou suas atividades, Balanchine passou dois anos como coreógrafo residente da companhia dos novos Balés Russos de Monte Carlo (1944-1946).

Novamente com o generoso patrocínio de Lincoln Kirsten, Balanchine formou outra companhia, a Balé Sociedade [Ballet Society]. Depois de algumas apresentações bem sucedidas e outras nem tanto, o Centro de Música e Drama da Cidade de Nova York [New York City Center for Music and Drama] ofereceu suas instalações para o novo Balé Sociedade (1948-): pouco tempo depois essa companhia se transformou no Balé da Cidade de Nova York lNew York City Ballet]. E Balanchine se casou novamente(1946-1952), agora com Maria Tallchief.

No século XX. Balanchine embutiu na sua moderna obra coreográfica os preceitos do balé clássico, base de sua inovadora obra, se transformando no mais influente coreógrafo de balé erudito nos Estados Unidos. A sua primeira obra coreográfica que inaugurou anteriormente a parceria com Igor Stravinsky foi Apolo, Líder das Musas [Apollon Musaguéte], encenado com os Ballets Russes da Cia. Teatral S. Diaghilev (1929). Quando ambos, Balanchine e Stravinsky se encontraram vivendo nos Estados Unidos, deram sequência à sua bem sucedida parceria, produzindo balés como O Jogo de Cartas [The Card Game] (1937), entre outros, como Agon, que estreou com música de Igor Stravinsky e doze bailarinos do Balé da Cidade de Nova York lNew York City Ballet] (abr., 1957).

Em meados da década de 1950 Balanchine começou a tradição de apresentar todos os natais o balé O Quebra-Nozes (Tchaikowsky), na cidade de Nova York, transfomando-se em perene fonte de renda para todas as companhias que apresentam anualmente o espetáculo (1954-). Balanchine se casou novamente (1952-1969), agora com Tanaquil LeClerq, de quem se divorciou depois de se apaixonar loucamente pela bailarina americana Suzanne Farrell. Balanchine criou muitas coreografias para Farrell, incluindo Don Quixote, quando ele foi Don e ela Dulcinéia; e Diamantes [Diamonds], para o balé Jóias [Jewels]. No entanto, Farrel se casou com o bailarino Paul Meja e o casal deixou a companhia (1970).

No primeiro ano em que foi instituído, Balanchine recebeu o Prêmio de Honra do Centro Kennedy [Kennedy Center Honors Award] (1978). No final da vida, Balanchine sofreu de doença rara, que afetou seu equilíbrio, visão e audição: ele ficou incapacitado (1982) e faleceu (abril, 1983).

A Fundação G. Balanchine (The George Balanchine Foundation: 161 West 81st Street. New York, NY, 10023), utiliza o legado do coreógrafo e dançarino russo para o desenvolvimento da dança nos Estados Unidos e no mundo. Esse objetivo é alcançado através de muitos programas e atividades, inclusive pesquisa concentrada na reconstrução de obras coreográficas, publicações, palestras, conferências e vídeos além de outros projetos inovadores. 

REFERÊNCIAS SELECIONADAS:

INTERNET. The George Balanchine Foundation. From Wikiipedia, the free encyclopedia. 24 set. Disponível em:<http: //www.balanchine.org/balanchine/index.html>Acesso em 03 fev., 2009.

SHEAD, R. Ballets Russes. Secaucus, New Jersey: Quarto Book, Wellfleet Press, 1989. 192p.: Il,.algumas color., 25 x 33 cm, pp. 119-120, 125, 154, 161-163.