BIOGRAFIA: BALANCHINE, George, Georgy Melinovitch Balanchivadze (1904-1983). Primeira parte.

 BIOGRAFIA: BALANCHINE, George, Georgy Melinovitch Balanchivadze (1904-1983). Primeira parte.

Dançarino e coreógrafo, pioneiro do balé nos Estados Unidos, fundador da Escola do Balé Americano [School of the American Ballet] e do Balé Americano [American Ballet], entre outras companhias. Filho de pais russos, georgianos, seu pai foi o compositor Meliton Balanchivadze (1862-1937), um dos fundadores da ópera georgiana; seu irmão seguiu a mesma carreira e se tornou conhecido compositor, Andria Balanchivadze (1906-1992). A mãe incentivou o filho Georgy a seguir a carreira de bailarino, para a qual, à princípio, ele não parecia demonstrar grande interesse. Balanchine começou seus estudos de música e dança aos nove anos de idade na Escola do Balé Imperial de São Petersburgo. A chegada da Revolução Russa fechou a escola (1917): para sobreviver, Balanchine passou a tocar piano em cabarés e cinemas que projetavam filmes silenciosos. A escola reabriu com seus fundos bastante reduzidos, mas Balanchine conseguiu se formar com honra (1921).

Balanchine estudou Piano avançado, Teoria Musical, Contraponto, Harmonia e Composição no Conservatório Musical de Petrogrado, onde se graduou (1923), enquanto trabalhava para o Teatro Estatal Acadêmico da Ópera e Ballet. (1923-1924). Aos dezoito anos de idade Balanchine se casou com a bailarina Tamara Geva, de quinze anos de idade (1922). Ainda bem jovem Balanchine coreografou seu primeiro trabalho, o Pas-de-deux do balé A Noite [La Nuit] (1920), com música de Anton Rubinstein. Seguiu-se o dueto, Enigma, dançado com pés descalços.

Balanchine formou com seus colegas o pequeno grupo, chamado de Balé Jovem (1923); no entanto, as obras coreográficas experimentais do grupo foram arrojadas demais para as autoridades proletárias do novo governo soviético, que encorajaram seu desmantelamento. Na turnê a Prússia, realizada com os ditos, Dançarinos Estatais Soviéticos, os bailarinos Tamara Geva, Alexandra Danilova e Nicholas Efimov desertaram e voaram para Paris. (1924). O grupo todo foi absorvido pelos Ballets Russes de S. P. Diaghilev; Balanchine se tornou o Maître de Ballet e Coreógrafo da companhia. Neste período. até o final dos Ballets Russes, Balanchine criou nove coreografias para os balé encenados pelo grupo: reencenação de O Rouxinol, renomeado de O Canto do Rouxinol [Le Chant du Rossignol] (1925); João na Caixa [Jack in the Box], Pastoral [Pastorale] e Baraban (1926); A Gata [La Chatte] e O Triunfo de Netuno [Le Thriomphe de Neptune] (1927); Apolo [Apollon] (1928); O Filho Pródigo [Le Fils Prodigue] e O Baile [Le Bal] (1929).

Balanchine se divorciou de Tamara Geva e viveu com uma das mais belas bailarinas dos Ballets Russes, Alexandra Danilova, cuja fotografia se encontra reproduzida (SHEAD, 1983). O relacionamento durou poucos anos; quando a companhia dos Ballets Russes encerrou suas atividades devido a morte de seu mentor, Sergey Diaghilev (1872-1929), Balanchine passou a coreografar em Londres as Revistas de Cochan [Cochran Revues].  Em seguida o professor, bailarino e coreógrafo foi contratado como Maître de Ballet, convidado pelo Balé Real Dinamarquês [Royal Danish Ballet] (Copenhagen).