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Thursday, July 19, 2012

BIOGRAFIA: GRIS, Juan: Juan José Vitoriano Gonzalez (1887-1927).


 BIOGRAFIA: GRIS, Juan: Juan José Vitoriano Gonzalez (1887-1927).


Nasceu em Madrid e morreu em Boulogne-sur-Seine, na França. Gris interrompeu seus estudos na Escola de Engenharia para estudar onde Pablo Picasso estudou, na Academia de Belas Artes de San Fernando (Madri, 1904-1906). Gris foi viver em Paris, onde começou sua vida artística desenhando caricaturas e charges satirícas, que assinava como Giris, para revistas de sucesso, como Charivari, Le Cris de Paris, entre outras como L'Assiette au Beurre [Guardanapo Amanteigado] (1901-1907), publicação que reuniu grandes colaboradores como Caran D'Ache, Rabier, Jossot, Camara, Steinlen, Van Dongen e Kupta.

Gris mudou-se para o ateliê sito à rua Ravignan n. 13 (1906), chamado por Max Jacob de Barco Lavoir [Bateau Lavoir] (v.), onde ele tornou-se amigo de Pablo Picasso, Pierre Reverdy, André Salmon, do professor de escultura de Picasso, Pablo Gargallo, Kees van Dongen, Pierre MacOrlan, além de Jacob, no instigante ambiente cultural que Guillaume Apollinaire frequentava. Gris associou-se à nata das vanguardas internacionais que reuniram-se na capital francesa. Picasso morou lá (1904-1909) e carregou o amigo, pois tanto ele como Gris tornaram-se artistas exclusivos da Galeria de Arte de Daniel-Henry Khanweiller. Por ocasião de seu segundo exílio na Suíça, devido à II Guerra Mundial, Khanweiller escreveu a biografia: Juan Gris (1946).

Frequentando os salões de Gertrude Stein, como Braque e Picasso que se conheceram lá, seguindo o exemplo do marchand Léonce Rosenberg, a Sra Stein adquiriu inúmeras pinturas de Gris, bem como de Picasso, que pintou seu retrato Proto-Cubista (1906).

Gris começou à pintar, mas só apresentou sua obra no XXVIII Salão dos Artistas Independentes (1912), quando expôs seu original retrato cubista de Picasso, com o qual homenageou o amigo. Foi a sensação da época, devido à concepção original e o tratamento inovador da superfície pictórica.

Gris passou o verão junto com Picasso e Braque, quando iniciou suas Colagens Cubistas (Ceret, França, 1913). Gris manteve amizade com Henri Matisse, com quem pintou em Collioure; com Amedeo Modigliani (1884-1920), com os poetas Max Jacob e André Salmon, além de profunda amizade com Pierre Reverdy para quem ele ilustrou vários livros de poesia.

Todo o racionalismo e contenção intelectual do Cubismo nasceu na obra de Gris, e, devido ao contrato de exclusividade com D-H. Chandelier (v. biografia), que exigiu fidelidade aos contratados, nem Gris, nem Braque, nem Picasso expuseram obras nos salões oficiais e oficiosos do melhor período do Cubismo. Gris voltou à expor novamente no XXXI Salão dos Artistas Independentes (1921) e na última mostra do Grupo da Seção de Ouro [Section D'Or], na Galeria Vavin-Raspail (Paris, 1925).

Para sua temporada em Monte Carlo o empresário Sergey Diaghilev, promotor dos Balés Russos, planejou montar trechos de várias óperas curtas e pouco conhecidas: Filemon e Baucis [Philémon et Baucis], A Pomba [La Colombe] e O Remédio Apesar do Mesmo [Le Médicin malgré lui], todas com música do francês Charles François Gounod: e A Falta de Educação [Une éducation manqué], de Emmanuel Chabrier. As músicas sofreram renovação através da adaptação realizada por Erik Satie e pelos músicos do Grupo dos Seis: Georges Auric, Francis Poulenc e Darius Milhaud, sendo que os cenários e figurinos foram realizados por Alexandre Benois e Juan Gris. No entanto, o espetáculo não agradou ao exigente público de Monte Carlo, que desejava ver a montagem de grandes óperas, somente com a atuação de renomados cantores internacionais. Diaghilev levou para a estréia em Paris somente a ópera com música de Chabrier. Também não deu certo, pois o público francês queria ver balé e somente balé; depois desta temporada, Diaghilev abandonou para sempre a idéia de montar trechos de óperas. No mesmo ano Gris proferiu palestra na Universidade Sorbonne, com o tema As Possibilidades da Pintura (Paris, 1924).

A temporada anual dos Balés Russos encenou o balé dito, inglês, o Triunfo de Netuno [Triumph of Neptune] (1926), evocação Vitoriana com libreto de Sacheverell Sitwell, música de Lord Berners, coreografia de George Balanchine, cenografia do espanhol Pedro Pruna e execução dos cenários pelo príncipe Aleksandr Konstantinovich Schervashidze (Chachba, 1867-1968), que adaptou gravuras vitorianas. Os figurinos de Juan Gris para As Tentações da Pastorinha [Les Tentations de la Bergère], evocação pastoral da côrte de Luís XIV, com música adaptada do francês Michel de Monteclair, libreto de Bóris Kochno e cenários e figurinos de Juan Gris. Nemtchinova, Slavinsky, Vilzak e Woizikovsky dançaram a coreografia de Nijinska na estréia desse espetáculo (3 jan., 1924). Não fez sucesso, e o balé, que não foi apresentado na temporada parisiense, logo desapareceu do repertório da companhia: no entanto, os figurinos dessa produção foram rearoveitados para o Triunfo de Netuno [Triumph of Neptune]. Depois de muita confusão a temporada londrina foi inaugurada no grande Teatro Lyceum, com capacidade para três mil espectadores (3 nov., 1926). Os esforços de todos foram bem recompensados, pois esse balé que recebeu o subtítulo de Pantomima Inglesa em Dez Quadros [English Pamtomime in Ten Tableaux], colocou em cena cinquenta bailarinos liderados pelas grandes estrelas dos balés russos, O destaque foi Serge Lifar, que dançou com Alexandra Danilova, Lydia Sokolova, Lubov Tchernicheva, Stanislas Idzikowsky, Taddeusz Slavinsky e Léon Woizikowsky. Alguns bailarinos se desdobraram em vários papéis: Danilova foi muito bem recebida e se transformou da noite para o dia na estrela dos palcos ingleses, pois os críticos britânicos adoraram sua atuação nesse balé. Algumas fotografias posadas dos bailarinos, com Danilova e Lifar, e a dupla junto com o compositor Lord Berners, outra com Lifar sozinho e Danilova também, na frente dos cenários pintados, usando figurinos de Gris, se encontram reproduzidas (SHEAD, 1989; 146-149).

Gris expôs na Galeria Fletchtheim (Dusseldorf, 1920); na Galeria O Esforço Moderno [L'Effort Moderne] de Léonce Rosenberg (Paris, 1921); na Galeria Simon (Paris, 1923) e na Galeria Fletchtheim (Berlim, 1925); ele expôs em mostra coletiva com Georges Braque e André Masson na Galeria Jeanne Bucher (Paris, 1926). No ano seguinte Gris morreu (1927), vitimado por crise aguda de uremia.

A primeira retrospectiva póstuma de Gris foi na Galeria Simon de Daniel-Henry Khanweiller (Paris, 1928); seguiram-se as mostras na Galeria Fletchtheim (Berlim, 1930); e na Galeria Marie Harriman (Nova York, 1931). Gris expôs na Kunsthaus (Zurique, 1933); em mostra itinerante, que percorreu a Galeria Howard Putzel (San Francisco), a Julien Levy (Nova York) e o Clube das Artes (Chicago, 1935); expôs na Galeria Mayor (Londres, 1936); na Galeria Balay e Carré e na Jacques Seligman (Paris, 1938), as mostras voltaram ao Clube das Artes (Chicago, 1939) e a Galeria Bucholtz (Nova York, 1944); ao Kunstmuseum (Berna, Suíça, 1955); e a Galeria Louise Leiris expôs O Ateliê de Juan Gris em Paris. Finalmente consagrado com sua carreira póstuma, Gris foi homenageado com mostra no MoMA (Nova York, 1958).

REFERÊNCIAS SELECIONADAS:

APOLLINAIRE, G. Aesthetic Meditations on Painting: The Cubist Painters. Paris, 1913. Apud APOLLINAIRE, G.; EIMERT D.; PODOKSIK, A. (Biograf.). Cubism. Translated by Dorothea Eimert. New York: Parkstone Press International, 2010, 200p., ils. color., pp.6-26, 148-153. 24.5 cm x 28.5 cm. Secaucus, New Jersey: Quarto Book, Wellfleet Press, 1989. 192p.: Il,.algumas color., pp. 116, 125,126, 146, 149, 169. 25 cm x 33 cm.

SHEAD, R. Ballets Russes.


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