Translate

Thursday, July 19, 2012

BIOGRAFIA: LAURENS, Henri (1885-1954).


BIOGRAFIA: LAURENS, Henri (1885-1954).

O artista nasceu e morreu em Paris. Laurens foi pintor e escultor francês e um dos principais professores das vanguardas estrangeiras que acorreram a Paris, na segunda e terceira décadas do século XX. Laurens foi professor da artista brasileira Nicota Bayeux, que nasceu e faleceu em Campinas (SP) e que estudou com o artista na Academia Julian, no auge do movimento do Cubismo francês (1907-1914).

Laurens foi bastante amigo de Georges Braque; sua obra foi influenciada pela fase do Cubismo, dita, Analítica (Paris, 1910-1912). As primeiras construções de Laurens foram executadas em madeira com policromia, nas formas cubistas como cones e cilindros justapostos, que lembravam jogos infantis de encaixe e as esculturas Futuristas italianas coloridas de F. Depero e E. Prampolini (1915) .

Depois da I Guerra Mundial, Laurens continuou trabalhando com o mesmo espírito Cubista que norteou suas primeiras obras, mas mudou seu material na escultura para pedra talhada. Nesse período de sua vida Laurens foi o cenógrafo de um dos mais destacados balés encenados pelos Ballets Russes da Companhia Teatral S. P. Diaghilev (Paris, 1909-1929). Jean Cocteau idealizou o balé O Trem Azul [Le train Bleu] (Paris, 1924); Pablo Picasso reproduziu na cortina de cena seu desenho Duas mulheres correndo sobre a praia [Deux femmes courant sur la plage]: a música foi de Darius Milhaud, a coreografia de Bronislava Nijinska, as marqueteries de René Prou, os objetos de René Lalique e os figurinos de Mlle. Chanel, para esse trem sofisticado que partiu de Paris com destino às praias do Mediterrâneo.

Laurens não se tornou conhecido nas artes das vanguardas, mas sua obra começou a ser apreciada no início da década de 1950, quando ele foi convidado a participar da Bienal de Veneza (1950). No entanto, quando o Prêmio de Pintura foi outorgado à obra de seu grande amigo Henri Matisse, que, generosamente dividiu com Laurens o valor que recebeu, prestando-lhe assim merecida homenagem pessoal. Esta falta de premiação foi, de certa forma compensada quando, pouco depois, Henri Laurens recebeu o Grande Prêmio na II Bienal de São Paulo (1953).

Várias das obras de Laurens participaram da Sala Especial Cubista, na II Bienal de São Paulo, que trouxe, a pedido dos seus organizadores uma grande mostra do movimento e apresentou Guernica, na Sala Especial Pablo Picasso; outras foram a Sala Especial Germaine Richier e a Sala Especial Henri-Georges Adam. A obra de Laurens ficou situada dentro da grande mostra Cubista, onde o artista expôs nove esculturas: Mulher com leque (1919, bronze, 60 cm); o baixo-relevo, Instrumentos de Música (1928, bronze, 140 cm); A Negra (1934, bronze, 90 cm); A Sereia (1944, bronze, 110 cm), obra que encontra-se reproduzida no catálogo da mostra; O Arcanjo Fulminado (1946, bronze, 140 cm) e O Outono (1948, bronze, 170 cm); A Lua (1948, bronze 94 cm); Amphion (1953, bronze, 40 cm) e Figura com Harpa (sd, bronze, 40 cm).

Laurens foi convidado pelo arquiteto Carlos Villanueva (Venezuela), para executar esculturas para seu projeto da nova edificação da Universidade de Caracas, que reuniu obras de Hans Arp, Fernand Léger, Alexandre Calder, Victor Vassarely, Otero e de Jesús Rafael Soto. No acervo do M.A.C.-U.S.P. encontra-se a escultura de Laurens Torso (1935, chumbo, 66,5 cm x 47,7 cm x 48,4 cm), obra bastante significativa do artista das vanguardas francesas.

REFERÊNCIAS SELECIONADAS:


CATÁLOGO. BARBOSA, A. M. Catálogo Geral de Obras 1963-1993. São Paulo: Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, Fundação Bienal, 1993, p. 284.

CATÁLOGO GERAL da II Bienal do Museu de Arte Moderna. São Paulo: EDIAM, 1a edição, dezembro de 1953, pp. 167-168.
NÉRET, G. 30 ans d'art moderne: peintres et sculpteurs. Fribourg: Office du livre, 1988. 248p.: il., pp. 114 - 115, 136.

No comments: