Translate

Saturday, September 22, 2012


PRINCIPAIS REVISTAS PUBLICADAS PELAS VANGUARDAS RUSSAS E SOVIÉTICAS, 1900-1932.


A-Z 



ANARKHIA [ANARQUIA].

A revista Anarkhia (Moscou, 1917-1918), foi lançada pelas vanguardas moscovitas e editada por Aleksandr Rodchenko. Essa publicação representou a primeira abertura cultural depois da Revolução Russa, e publicou textos de escritores e artistas plásticos consideradoscomo pertencentes ao Grupo dos Anarquistas, como o Grupo dos Comunistas-Futuristas (v.), formado com o burocrata da [OPOÏAZ], Osip Brik, com V. V. Mayakowsky, Aleksey Gan, Kasimir Malevitch e Vladimir Tatlin, entre outros. Na revista foi publicado o artigo Sejamos Criadores [Budtie vortsami], de autoria de A. Rodchenko (n. 61, 17 maio, 1918), além de publicar um artigo de Kasemir Malevich sobre a primeira mostra da União de Pintores Profissionais (n. 89). A revista foi ilustrada com desenhos de Olga Rozanova.


ALBERA, F. Eisenstein e o construtivismo russo - A dramaturgia da forma em "Stuttgart". Tradução de Eloisa Araújo Ribeiro. São Paulo: Cosac e Naify, 2002, pp. 24 n. 08, 178.

APOLLON [APOLO: PERSONAGEM DA MITOLOGIA GREGA].


A revista Apollon (São Petersburgo, 1909-1917) foi porta-voz das vanguardas russas. A publicação foi editada por dez números pelo poeta Sergey  Konstatinovich Makovich (1877-1962), que contou com a colaboração de Wassily Kandinsky (1866-1944), durante o período em que o artista viveu na Rússia (1914-1922). No final de cada ano o grupo editorial publicou o Almanaque Literário. A revista, que abrangeu as artes de um modo geral, foi fartamente ilustrada e se transformou no forum dos artistas, escritores e poetas do movimento Simbolista russo: foram colaboradores os escritores Anensky, Briussov, Blok, Ivanov e Tchulkov. Quando os Futuristas italianos lançaram o Manifesto dos pintores, assinado por Carlo Carrà, Umberto Boccioni, Giacomo Balla, Luigi Russolo e Gino Severini (Milão, 1910), a tradução foi publicada na Apollon (julho–agosto, 1910). Um pouco mais tarde a revista mudou a orientação, e acolheu algumas das correntes opostas ao Simbolismo, como a Acmeísta (1914-; v. Acmeísmo).



ENCICLOPÉDIA. CASSOU, J.; BRUNEL, P.; CLAUDON, F; PILLEMONT, G.; RICHARD, L. (Col.). Petite Encyclopedie du Symbolisme: Peinture, Gravure et Sculpture, Littérature, Musique. Paris: Somogy, 1988, p. 273.



ARGUS [ARGUS: DA MITOLOGIA GREGA].

A revista Argus (Moscou, 1912-1913) publicou o manifesto de Mikhail Larionov e Ilya Zdanevich: Porque pintamos a nós mesmos (1913). Foi essa mesma revista que divulgou a primeira manifestação de Arte Corporal (v.), das vanguardas internacionais no século XX. A revista publicou artigo sobre o movimento de resgate da arte da pintura facial e corporal, com símbolos e letras associados às imagens de signos abstratos. O lançamento do movimento do grupo foi com a passeata dos artistas com as caras pintadas pelo centro de Moscou, o que causou grande controvérsia e impacto (1913). A revista publicou fotografias do grupo (1910-), que além dos citados incluiu David Burliuk, Natália Gontcharova, Mikhail Le Dantu, e Maria Tomilina Larionova, com rostos e mãos pintadas no novo estilo tribal das vanguardas russas. Essa fotografia se encontra reproduzida (KOVTUN, 1998: 43), além de outra, que apresentou David Burliuk com a cara pintada, na companhia de V. V. Mayakovsky que vestia o figurino desenhado por ele mesmo. A fotografia se encontra publicada (POMORSKA, 1993: 54).


KOVTUN, Y. Larionov. Translated by Paul Williams. Bournemouth, England: 1998, p. 43.

POMORSKA, K. Formalismo e Futurismo. São Paulo: Perspectiva, 1993, p. 54.

DIÁRIO 41.


Vários escritores armênios, juntamente com o poeta Igor Terentiev(1892-1941), publicaram durante curto período o Diário 41 (Tiflis,  c. 1917). As atividades do grupo foram resumidas na antologia intitulada Para Sophia Melnikova, o Pequeno Cabaré Fantástico, publicada parcialmente em russo, como os textos de autoria de N. Kruchenyikh, Igor Terentev e Ilya Zdanevich, e parte em armênio, como os textos de P. Jashvili, T. Tabidze, Grigol Rokabidze e Kara-Darvish. A antologia foi composta com esplêndida tipografia recheada de inovações, ilustrada com o espírito irônico característico do Dadaísmo internacional, ilustrada pela vanguardista Natália Gontcharova, artista plástica e depois esposa de Mikhail Larionov; Ilya Zdanevich e Gudiashvili. Na capital Armênia foi editada pelo poeta Victor Korneiev a revista Feniks (Tiflis, 1919); e as revistas Kuranty e Os Chifres Azuis (v.).

CATÁLOGO. HULTEN, P. (ORG.); JUANPERE, J.A.; ASANO, T.; CACCIARI, M.; CALVESI, M.; CARAMEL, L; CAUMONT, J; CELANT, G; COHEN, E.; CORK, R.;CRISPOLTI, E.; FELICE, R; DE MARIA, L.; DI MILLIA, G.; FABRIS, A.; FAUCGEREAU, S.; GOUGH-COOPER, J.; GREGOTTI, V.; LEVIN, G.; LEWISON, J.; MAFFINA, F.; MENNA, F.; ÁCINI, P.; RONDOLINO, G; RUDENSTINE, A.; SALARIS, C.; SILK, G.; SMEJKAI, F.; STRADA, V.; VERDONE, M.; ZADORA, S. Futurism and Futurisms. New York: Solomon R. Guggenheim Museum, Abeville Publishers, 1986. 638p.: il, retrs.,  p. 590.

G MATERIAL FÜR ELEMENTARUM GESTALTUNG [G MATERIAL PARA CONSTRUTIVISMO ELEMENTAR]. 

A revista G Material für Elementarum Gestaltung (Berlim, 1923-1926) publicou seis números (01–05/ 06); seu editor foi o pintor e cineasta Hans Richter (1888-1976). O artista se associou ao grupo dos Dadaístas reunidos na Suíça (Zurique, 1916–1919) e se tornou o fundador do grupo alemão de mesma filosofia, dito, Artistas Radicais. A letra G representava a palavra Gestaltung, que apresenta grande diversidade de significados em alemão, mas que pode ser traduzida como Construtivismo. Um dos colaboradores da publicação foi o artista radical George Grosz, um dos maiores ilustradores das revistas alemãs, que suportava, da melhor maneira possivel a vida lado a lado com os irmãos Herzefeld (v. Editora Malik [Malik Verlag]).

RICHTER, H. Dada Art and Anti-Art. London: Thames & Hudson, 1965, p. 113.
 

GAZIETA FUTURISTOV [GAZETA FUTURISTA].

Foi publicado um único número da revista Gazieta Futuristov(Moscou, 15 mar., 1915), da qual foram seus editores Vladimir Mayakovsky, David Burliuk e Nicolay Kamensky. A publicação marcou o período Futurista na arte russa, opondo sua liberdadecontra o autoritarismo vigente no país. Quando os vanguardistas fundaram a dita, Federação dos Futuristas, publicaram na Gazeta Futurista a Carta aberta aos trabalhadores declarando ser o movimento Futurista russo a contrapartida estética ao Socialismo. A arte, para V. V. Mayakovsky e seus amigos vanguardistas, deveria ser viva, visível, política e efetiva, sem que fôsse submissa ao Estado soviético.

GASSNER, H. The Construtivism: modernism on the way of modernization. Apud The Great Utopia. The Russia and Soviet Avant-Garde. Frankfurt: Schirn Kunsthalle. Amsterdam: Stedelijk Museum. New York: Salomon R. Guggenheim Museum, 1992, p. 303.

KINO [CINEMA].

 
A revista de cinema Kino (Leningrado, 1927-1928) publicou o texto Nosso Outubro (n. 12, 13 de março de 1928), de Sergey Eisenstein, cuja tradução francesa foi publicada no jornal Le Monde (n. 06, Paris, 14 julho, 1928). O texto provocou confusão com outro artigo do mesmo autor, Nosso Outubro. Para além do encenado e do não-encenado, também publicado em Kino (n. 13, 20 março, 1928), igualmente traduzido para o francês e publicado como Au-delà des étoiles [Para além das estrelas].

ALBERA, F., op. cit., p. 31 n. 03-04.

KINOGAZETA [GAZETA DE CINEMA]. 

A revista de cinema Kinogazeta (Moscou, n. 45, 12 jan., 1926), publicou a crítica ao filme O encouraçado Potemkin de Eisenstein, enfocando a nova moda, dita, do cinema de encomenda social. A Kinogazeta declarou que o cineasta recebeu a encomenda que permitiu a realização do filme, citado como processo de evolução da Revolução Bolchevique, no seio da qual ele se transformou em artista conceituado.
ALBERA,  op. cit., 2002, pp. 25 n. 10, 260.

LEF [FRENTE DE ESQUERDISTA DAS ARTES].

A revista Lef (Moscou, 1923-1925) foi publicada com a colaboração de vários escritores e artistas vanguardistas, ilustrada com Fotomontagens de A. Rodchenko. Essa revista engendrou a plataforma Produtivista, desenvolvida pelo Grupo geral de Análise Objetiva, que funcionou no interior do Instituto Estatal de Cultura Artística [GINKhUK] (Moscou, 1920-1924; v.), da qual Nicolay Tarabukin foi secretário acadêmico (1921-1924).


O lançamento da Lef foi apoiado na popularidade de V. V. Mayakovsky: a primeira tiragem da revista foi bastante elevada para publicação das vanguardas: 5000 (1923). No ano seguinte seu terceiro número foi publicado com 3000 (1924); e, finalmente, somente foram publicados dois números no último ano, com a tiragem de 1500 (1925).

O movimento Produtivista surgiu no último trimestre de 1921. A plataforma do grupo Construtivista foi engendrada nas atividades dos núcleos de pesquisa e debate do Instituto Estatal de Cultura Artística [GINKhUK] e da Sociedade dos Jovens Artistas [OBMOKhU] nos Estúdios Superiores de Arte e Técnica [VKhUTEMAS], e no Instituto Superior de Arte e Técnica [VCHUTEIN] (1918-1930) (v.). Os debates Construtivismo versus Produtivismo surgiram nesses mesmos centros artísticos: foram difundidos em várias publicações, como a revista Lef. Vários teóricos e escritores Produtivistas foram associados ao Grupo (Soviético) da Frente Esquerdista das Artes [LEF], como Nicolay Tarabukin (1889-1956), Osip Brik (1888-1945), Bóris Arvatov (1896-1940), Bóris Kushner (1888-1937) e Alexsey Gan (1889-1940). Os escritos de Tarabukin chegaram ao Ocidente traduzidos para o francês, o inglês e o espanhol, embora com difusão bastante limitada. Escritos de Velimir Khlebnikov (1885-1922), foram publicados na Lef: ele se destacou nas vanguardas russas, foi criador da linguagem transracional Zaum (v.).

Depois que a revista Kino Fot [Cine Foto] publicada por Aleksey Gan, fechou as portas (1925), a Lef abriu grandes espaços para o Cinema das vanguardas russas. Na publicação foram publicados textos de autoria dos cineastas Dziga Vertov (Denis Arkadimich Kaufman, 1896-1954) e Lev Kuleschov (1899-1960). A revista publicou manifestos de Vertov e Sergey Eisenstein; além do texto do primeiro manifesto de Eisenstein, A montagem das atrações (n. 03, 1923). Outro manifesto do mesmo Eisenstein, o segundo, posteriormente traduzido por Alexandre Belenson como A montagem das atrações no cinema [Le montage des attrations au cinéma], foi publicado no exterior na revista Cinéma d’Aujourd’hui (Paris, 1925). Somente no final do século XX a coletânea de A. Belenson foi lançada traduzida completa (in Selected Works: vol. 1, writtings 1922 - 1934. London, 1988).

A revista Lef organizou várias mesas-redondas sobre Cinema contando com a participação de Osip Brik, do teórico formalista Viktor Chkloski, entre outros escritores cineastas, críticos e teóricos, vários dos associados ao Grupo (Soviético) da Sociedade de Estudo da Linguagem Poética [Opaïaz] (v.). A revista que sucedeu a Lef foi a Novy Lef (Moscou, 1927-1928; v.).
 
ALBERA,  op. cit., 2002, p. 32 n. 9.
HULTEN, et al.,   op. cit., 1986, pp. 590-591, 610
611.

MARTINS, L. R., op. cit., pp. 57-71.
POMORSKA, K., op. cit., p. 128.

MIR ISKUSSTVA [MUNDO DA ARTE]. 


A revista Mir Iskusstva (São Petersburgo, 1ª fase, 1889-1904; 2ª fase, 1910-1924). Na sua primeira fase a revista foi publicada durante cinco anos, até perder o patrocínio da princesa Maria Tenisheva. A publicação acompanhou as mostras de arte homônimas do grupo artístico organizado por seu editor, Sergey Diaghilev: nessa primeira fase sua orientação editorial se mostrou favorável ao estilo Art Nouveau [Arte Nova] e foi o forum para os artistas do grupo russo Mundo da Arte (v.).

A revista Mir Iskusstva foi a ponte de ligação que estabeleceu o vínculo entre as comunidades artísticas de Moscou e São Petersburgo. Publicada por Sergey Diaghilev, futuro empresário dos Ballets Russes (Paris, 1909-1929), conseguiu para a revista a colaboração dos maiores escritores, poetas e artistas plásticos da época, como Léon Bakst, que, mais tarde, se tornou o mais destacado cenógrafo de seus balés, de Alexandre Benois e Igor Grabar. A revista deixou de ser publicada durante alguns poucos anos (1904-1909), mas assim que Diaghilev conquistou suas platéias no Ocidente, ele reativou a Associação de Artistas Mir Iskusstva e voltou a publicar a revista, até o ano da Revolução Russa (1910-1917). Durante estes anos a publicação exerceu sua forte influencia sobre a arte das vanguardas russas, que divulgou nacional e internacionalmente.

CASSOU, op. cit., 1988, p. 275.

NOV [NOVO].

A revista Nov (Moscou, 1914), sustentou a polêmica em relação a visita do italiano mentor do movimento Futurista, F. T. Marinetti. O escritor visitou a Rússia pouco antes da I Guerra Mundial, quando ele proferiu palestras no Cabaré Cachorro Viralata de Nicolay Kulbin e visitou mostra de arte (fev., 1914). A Nov publicou a carta crítica assinada por Bolshacov, V. Mayakovsky e Vadim Shershenievich, contrária ao escritor russo.No entanto, apesar das críticas, esses artistas bem como a maior parte dos vanguardistas, compareceram a recepção que o autor italiano ofereceu, conforme mostrou a fotografia que se encontra publicada (HULTEN, 1986: 498). Na fotografia podemos reconhecer os principais mentores das vanguardas russas, na primeira fila ao lado de Marinetti estavam V. Tatlin e N. Goncharova e vemos M. Larionov e V. Mayakovsky de pé, na frente do grupo, notadamente constrangidos. Nessa ocasião, Marinetti convidou os artistas russos para enviarem obras para mostra que ele organizou, a dita, Primeira Mostra Futurista Livre (Roma, maio de 1914): obras de Olga Rozanova, participaram dessa exposição.
HULTEN, et al, op. cit., 1986, p. 498.

NOVOYE RUSSKOYE SLOVO  


O pintor Impressionista russo Bóris Dmitryievch Grigoriev (1886-1939), publicou seu poema Russia no jornal bilingue, russo e americano, Novoye Russkoye Slovo. O poema foi a reflexão de sua famosa série de pinturas Russia (Raseja Russian: Расея] no qual pintou os camponeses e a vida rural do país (1916-1918). Esse álbum lançou o poema de Grigoriev, Aos netos, e recebeu a crítica elogiosa do influente artista Alexandre Benois, um dos organizadores do Grupo do Mundo da Arte [Mir Iskusstva], do qual Grigoriev participou. De acordo com Benois, Grigoriev havia mostrado a verdadeira essência do país no período anterior ao da Revolução Russa. Depois de viajar por vários países, como a França, a Finlândia, a Alemanha e os Estados Unidos, Grigoriev escreveu o poema America, somente publicado em 2003 (America. Russia: A. Klevitsky (ed.), 2003[Новый Журнал» 2003, №231]. Grigoriev faleceu em Cagnes-sur-mer (França, 1939; v. Grupo (Russo) dos Impressionistas e Grupo (Russo –Soviético) do Mundo da Arte).

INTERNET. From Wikipedia, the free encyclopedia. 06 dez., 2009. Disponível em <http://en.wikipedia.org/wiki/Boris_Grigoriev> Acesso em 1º mar., 2010.

NOVY LEF [NOVA FRENTE ESQUERDISTA DAS ARTES].

A revista Novy Lef (Moscou, 1927–1928), sucedeu a publicação da Lef (1923–1925), publicada pelo mesmo grupo com a participação de V. V. Mayakowsky, Osip Brik, Alexandr Rodtchenko e tendo como colaboradores Esfir Schub, Victor Chkolovski, Boris Arvatov e Viktor Pertsov, entre outros. Na Novy Lef o burocrata Osip Brik atacou frontalmente o cineasta Eisenstein, depois da estréia de seu filme Outubro (1926-1927), acusando-o de falsificação do personagem Lenin (Novy Lef, n. 11-12, 1927). Mayakowsky também criticou abertamente o Lenin do cineasta russo, no texto publicado na revista KINO (Cinema, 1927). Essa grande controvérsia a respeito de Outubro fez com que Eisenstein criticasse abertamente Mayakowsky nas notas que publicou, considerando-se desde o lançamento do seu filme na lista dos “desertores” da revista (abr. - maio, 1940). Eisenstein declarou: “Não sou um adepto da Novy Lef e dou-lhe as costas” e, “...em pouco tempo a Novy Lef estará aos pedaços” (Iskusstvo Kino, n. 01, 1958; tradução francesa in Les Lettres Françaises, n. 178, 17 abril, 1958).

ALBERA, op. cit., 2002, p. 31 n. 5/6.


SOVRENENNAÏO ARKHITEKTURA.

A revista Sovrenennaïo Arkhitektura (Moscou, n. 03, 1928), foi associada ao artista Construtivista Aleksey Gan. A revista publicou no terceiro número o artigo O que é Construtivismo?quando Gan atacou o grupo dos Produtivistas russos, Aleksander Rodchenko, Várvara Stepanova e os irmãos Sternberg, que assinaram o Manifesto do Produtivismo. Esse documento foi resultante da bem sucedida manipulação do grupo dos primeiros artistas Construtivistas pelo misto de escritor e burocrata Osip Brik, que transformou-os nos Produtivistas, operários da arte soviética. Brik, que se tornou o principal porta-voz do Partido Bolchevique, associou-se ao grupo Construtivista das vanguardas da arte soviética, do qual Gan participou nas VChUTEMAS. Brik buscou conquistar a adesão dos artistas para a nova estética utilitária, da arte aplicada a produtos, como louça cerâmica, porcelana, estamparia de tecidos, confecção de uniformes, desenho gráfico, além de outros utilitários vendáveis, oferecendo lucro imediato a seus produtores, no caso o Estado russo. O artigo citado de A. Gan foi originalmente publicado na revista Lef (n. 01, 1923). (V. Construtivismo).

ALBERA, op. cit., 2002, p. 24 n. 05, p. 197 n. 25.
 
VESNA.


O artista plástico, editor e aviador Nikolay Kamensky dedicou-se à literatura e editou a revista Vesna, onde publicou textos de vários escritores, ditos, Futuristas russos, como Victor Shklowsky, Nicolai Aseev e principalmente de seu amigo o escritor Futurista Velimir Khlebnikov.
 
VESY.


Essa revista Vesy(Moscou, 1904-1905) foi importante para as vanguardas russas pois divulgou o Simbolismo. A revista recebeu influências internacionais através de seus correspondentes: o francês René Ghil publicou na Vesy mais de 40 artigos sobre o desenvolvimento do movimento citado na França. A revista recebeu a influencia do poeta Simbolista russo A. Briussov e publicou os artigos dos escritores e teatrólogos belgas, como Maurice de Maeterlinck e Émile Verhaeren.

CASSOU, op. cit., 1988, p. 278.
 
ZOLOTOYE RUNO [VELO DE OURO].

A revista Zolotoye Runo(Moscou, 1906-1909), que queria rivalizar com a Mir Iskusstva [Mundo da Arte], foi patrocinada pelo mecenas e negociante de quadros, N. P. Riabouchinski. O patrono reuniu artistas e escritores Simbolistas ao redor de seu editor, o escritor Alexandre Blok. A publicação patrocinou duas mega-exposições de arte, quando reuniu os maiores artistas internacionais, trazendo à Rússia as obras dos principais vanguardistas franceses, dos grupos Impressionista e Pós-Impressionista, expostas conjuntamente com as obras mais modernas dos artistas russos (Moscou, 1908-1909). Na última mostra que a revista patrocinou somente foram apresentadas obras de artistas das vanguardas russas (Moscou, 1910). Desde o lançamento essa revista publicou artigos em russo bem como em francês.

CASSOU, op. cit., 1988, p. 277.



 

No comments: