GRUPOS INTERNACIONAIS DOS QUAIS O ARTISTA RUSSO WASSILY KANDINSKY PARTICIPOU: O GRUPO DO CAVALEIRO AZUL [DER BLAUE REITER](Munique - Berlim, 1911-1913).
Destaques: Wassily KANDINSKY, Franz MARC, August MACKE, Marianne VON WEREFKIN e Gabrielle MÜNTER.
A cidade de Munique brilhou social e culturalmente sob os Príncipes Regentes, e, logo no início do século, foi em Munique que Wassily Kandinsky instalou sua escola e formou o Grupo Palanx (1904-). A cidade abrigou pouco depois o grupo mais importante do Expressionismo alemão, o do Cavaleiro Azul [Blaue Reiter], liderado por Kandinsky.
Na época em que ocorreu o movimento dos vanguardistas, este não obteve o sucesso esperado; e, foi somente décadas depois (1945-), que Munique passou a reclamar as glórias desta sua contribuição às artes. Esse Grupo do Cavaleiro Azul, liderado por artista estrangeiro, o russo Kandinsky, na época foi apenas tolerado - como corpo estranho - no seio da sociedade fechada e elitista. Na década de 1920-1930 Munique perdeu a hegemonia cultural para Berlim, que equiparou-se a Paris como capital das artes das vanguardas européias. O grupo mais destacado das primeiras vanguardas artísticas do século XX, anteriormente, foi o Grupo da Ponte [Die Brücke].
No ano seguinte ao de sua fundação o artista alemão Franz Marc (1880-1916) se associou ao grupo (1912), juntamente com August Macke (1887-1914) e o russo Alexey von Jawlensky (1864-1941). Participaram Marianne von Werefkin (1860-1938), Lyonel Feininger (1871-1956), Gabrielle Münter (1877-1962)e Heinrich Campendonck (1889-1957). Participaram do grupo de convidados internacionais associados ao grupo alemão: Alfred Kubin (1877-1959), Paul Klee (1879-1940), David Burliuk (1882-1967) expôs com o grupo em 1911; Arnold Schonberg (pintor e depois, músico) que expôs com o grupo em 1912; Kasimir Malevich (1878-1935) que expôs com o grupo em 1912; André Derain (1880-1954), que expõs com o grupo em 1912; Mikhail Larionov (1880-1964) que, com Natalia Gontcharova (1881-1962) expôs com o grupo em 1912; Pablo Picasso (1881-1986), que expôs com o grupo em 1912;Robert Delaunay (1885-1941), que expôs com o grupo em 1912; Roger de La Fresnaye (1885-1925), que expôs com o grupo em 1912; Vladimir Burliuk (1886-1917), que expôs com o grupo em 1911 e Egon Schiele (1890-1918), que expôs com o grupo em 1911.
Kandinsky preparou com o grupo associado de artistas o Almanaque do Cavaleiro Azul, lançado com 1500 exemplares por ocasião da primeira mostra do grupo inaugurada na Galeria Tannhauser (Munique, 18 dez., 1911). No ano seguinte Kandinsky lançou seu livro Do Espiritual na Arte (Munique, 1912. São Paulo: Martins Fontes 1990. 1996. 2ª tiragem, 2000) e sua obra tornou-se campeã de traduções por todo o mundo. No ano seguinte o mesmo livro foi lançado na tradução russa de Yecaterina Guro, irmã de Elena Guro, uma das artistas do grupo Hyleae, influente nas vanguardas artísticas de São Petersburgo. Kandinsky também publicou seu artigo A Compreensão da Arte na revista Der Sturm (n. 03, 1912).
A localidade de Sindelsdorf no sopé do lado alemão dos Alpes, tornou-se o local preferido dos artistas de onde organizaram a segunda mostra do Grupo (Internacional) do Cavaleiro Azul inaugurada na Galeria Hans Goltz (Munique, mar., 1912). Para essa mostra os artistas convidaram artistas do Grupo da Ponte [Die Brücke], que estavam vivendo em Berlim (1910-), e organizaram a segunda edição do Almanaque do Cavaleiro Azul [Blaue Reiter Almanach] (1912). A terceira mostra do grupo foi a Sala Especial destacada no único Salão de Outono Alemão (Berlim, Galeria da Tempestade, 1913).
Quando chegou a I Guerra Mundial (1º ago., 1914), ocorreu a verdadeira tragédia; entre os artistas alemães convocados estavam Macke, que morreu logo no inicio do conflito (26 set., 1914); e Marc, que faleceu poucos anos depois na batalha do castelo de Gussanville (Verdun, França, 04 mar., 1916), ambos em territorio estrangeiro. Kandinsky estava em Murnau quando foi declarada a guerra e, considerado inimigo estrangeiro, foi deportado. Quando o artista foi obrigado a deixar o país, ele viajou para a Suíça (03 ago., 1914); e, de lá, viajou para seu país natal, a Rússia. Durante o período de duração do Grupo (Internacional) do Cavaleiro Azul, vários artistas expuseram individualmente na mesma região alemã.
REFERÊNCIAS
SELECIONADAS:
FEHLEMANN, S. La Peinture Expressioniste Allemande. Stuttgart: Herscher Cantz Verlag, 1987, pp. 89-95
FEHLEMANN, S. Sur l'oeuvre d'Alexei von Jawlensky. Apud GABARSKY, S. La peinture expressioniste allemande. Stuttgart: Cantz Verlag, 1987, pp. 93-94, 202.
FEHLEMANN, S; BIRTHÄLMER, A., MÜLLER, B. (Biogr.). Expressionismo Alemão: destaques da Coleção do Museu von Der Heydt. Wuppertal: Ministério das Relações Exteriores da Alemanha. Rio de Janeiro: Paço Imperial. São Paulo: Museu Lasar Segall, 2000, p. 96.
PARET, P..The Berlin Secession. Cambridge: University Press, 1980, p. 34.
DICIONÁRIO. SCHMIED, W.; WITFORD, F.; ZOLLNER, F. The Prestel Dictionary of Art and Artists in the 20th century. Munich – London - New York: Prestel, 2000. 383p.: il., p. 50.
SCHAMALENBACH, W.; GRASSKAMP, W. (Biogr.). German Art of the 20th Century: painting and sculpture 1905-1985. Translated by John Ormond. München - Düsseldorf: Prestel, 1987,p. 486.
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