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Sunday, June 14, 2015

BIOGRAFIA: STANISLAVSKY, Konstantin; Konstantin Sergeievich Alexeyev (1863-1938).

BIOGRAFIA: STANISLAVSKY, Konstantin; Konstantin Sergeievich Alexeyev (1863-1938). O revolucionário diretor teatral nasceu e morreu em Moscou (Rússia). Stanislavsky descendia do inventor do sistema especial de tecelagem com fios de ouro, que produzia tecidos usados pela nobreza russa, invenção que, durante cinco gerações permitiu o enriquecimento de sua família, que se tornou proprietária de industrias do ramo têxtil. Desde o liceu Stanislavsky se interessou pelo teatro, atuando como ator em algumas peças: o artista foi admitido na Escola do Teatro Imperial (1885), mas não suportou a formalidade do ensino e abandonou o curso em poucas semanas. O artista passou a trabalhar nos escritórios da indústria têxtil de sua família e passou a fazer frequentes visitas à cidade de Lyon (França). Nessa cidade francesa, ativo centro da indústria têxtil, produtor de tecidos de altíssimo luxo como sedas e brocados, Stanislavsky passou a frequentar os teatros. O jovem sentiu nascer sua vocação, o que deu-lhe a idéia de ingressar no Conservatório de Paris, que, no entanto, não admitia alunos estrangeiros. Stanislavsky frequentou-o como aluno ouvinte livre, mas também ficou decepcionado com a formalidade do ensino. O futuro ator e diretor cênico voltou à Rússia, onde logo estreou como diretor teatral na peça de autoria de Léon Tolstoi (Lev Nicolaevich Tolstoi, 1828-1910), Os Frutos da Instrução (1891). Na época que começou a atuar Konstantin adotou o pseudônimo de Stanislavsky: ele fundou, juntamente com o escritor Vladimir Nemirovich-Danchenko (1858-1943), o MChAT - Teatro de Arte de Moscou, responsável por promover o renascimento da cena teatral russa (1898-). O repertório escolhido pelo diretor foi internacional, beneficiou a temática do Realismo Social de autores como Maxim Gorki (1868-1936), que escreveu 20 peças e estreou no MChAT com produções como As Profundezas e Os Filistinos (1902). No Teatro de Arte de Moscou foi encenada A Vida do Homem, de Leonid Andreyev (1879-1919); e o MChAT revelou Anton Tchekov (1860-1904), de quem produziu as peças Tio Vanya (1899), As três Irmãs (1901) e O Pomar das Cerejeiras (1904), além de, no mesmo ano, encenar Júlio César, de William Shakespeare; e peças como Drama da Vida, de autores nórdicos como Knut Hamsun (1859-1952) e O Pássaro Azul (1908), do belga Maurice de Maeterlinck (1862-1949). Stanislavsky recebeu a classificação de Realista, mas nem sempre o foi: na encenação da peça de Maeterlinck, com cenários pintados por Egorov, o diretor traduziu o movimento do Simbolismo poético no sentido da mais sedutora irrealidade. Stanislavsky desenvolveu seu método diferenciado de formação do ator, até hoje conhecido como o Método Stanislavsky, que introduziu o ator no cenário da vida real, ensinando-lhe a comportar-se em cena como um ser vivo e não mero copista de modos e atitudes comportamentais exteriorizadas. O método de Stanislavsky baseou-se em três elementos principais: o mais profundo respeito pelas intenções do autor; o treinamento rigoroso dos atores na análise e expressão do caráter do personagem, da forma mais verdadeira possível; e a subordinação da performance individual de cada ator integrado ao conjunto da obra teatral. O seu método foi amplamente utilizado no ensino da arte de representar dos atores das vanguardas, tanto do teatro como do cinema internacionale ajudou a formar várias gerações de atores e atrizes destacados no século XX. No anexo ao MChAT, Stanislavsky fundou com Vsevolod Meyerhold (Vsevolod Emilovich Meyerhold: Karl Theodor Kasimir Meiergold, 1874-1942), o Teatro-Estúdio (1905), que se transformou no verdadeiro laboratório de ensino e de criação teatral, formando excelentes atores. No entanto, Stanislavsky e Meyerhold divergiram, e, no mesmo ano esse estúdio experimental fechou. O Teatro de Arte de Moscou continuou ainda ativo durante alguns anos, com a reputação de ser voltado para a representação completa dos estados de alma, onde todos os elementos, desde a decoração dos cenários aos figurinos e a atuação dos atores mergulhavam em uníssono no mesmo compasso, na mais completa harmonia. Na era de Iósif Stalin, Stanislavsky, bem como Meyerhold, cairam em desgraça. No seu leito de morte, Stanislavsky reconheceu Meyerhold como o único merecedor de ser seu legítimo herdeiro na arte teatral, assegurando seus ensinamentos para a posteridade. Grandes ensinamentos de Stanislavsky foram publicados no livro que se encontra traqduzido (STANISLAVSKI, C.; LOGAN, J. (Pref.) A Construção da Personagem. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1976). REFERÊNCIAS SELECIONADAS: ENCICLOPÉDIA. CASSOU, J.; BRUNEL, P.; CLAUDON, F; PILLEMONT, G.; RICHARD, L. (Col.). Petite Encyclopedie du Symbolisme: Peinture, Gravure et Sculpture, Littérature, Musique. Paris: Somogy, 1988, pp. 271-272. ENCICLOPÉDIA. FENNELL, J.; KASER, M.; WILLETS, H. T. The Cambridge Encyclopedia of Russia and The Soviet Union. Cambridge: Cambridge University Press, 1982, pp. 243-244.

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