Translate

Friday, February 24, 2012

TERCEIRA PARTE DA HISTÓRIA DOS BALÉS RUSSOS [BALLETS RUSSES], DA CIA. TEATRAL SERGEI PAVLOVICH DIAGHILEV (Paris, 1909-1929).

Terceira Parte: v. as biografias dos artistas e músicos russos que emigraram para os Estados Unidos no meu Blog:

http://arteamericandevanguarda.blogspot.com

No século XX um dos maiores sucessos dos Balés Russos da Cia. Teatral Sergei P. Diaghilev foi o espetáculo baseado no poema sinfônico Shéhérazade, do compositor Nicolai Rimsky-Korsakov, do Grupo dos Cinco (músicos russos; v.). O balé Shéhérazade estreou na segunda temporada (20 maio, 1910), com a orquestra sob a regência do maestro Nicolas Tcherepnin, com a coreografia de Michel Fokine, dançado por Vera Fokina, esposa do bailarino e coreógrafo; e com Vaslav Nijinski no seu melhor papel, do escravo dourado. A bailarina Ida Rubinstein estreou no papel principal (Zobeida), logo depois ela foi substituida por Tamara Kasarvina, que se transformou na principal estrela da companhia russa.

O público francês, que aguardava com impaciência o retorno dos Balés Russos, ficou aturdido com o luxo, a magnificência e a esplendorosa beleza dos cenários e figurinos de Léon Bakst. Para este espetáculo o cenógrafo russo montou imensa tenda com luxuosos tecidos de seda com fundo verde claro e estampado floral nas cores rosa e âmbar; e, no interior, sobre magnífico tapete Bokhara, pousavam luxuriantes almofadões coloridos, brilhantes, iluminados por lampadários de prata. A fotografia desse cenário se encontra reproduzida (SEUPHOR, 1957).

Rimski-Korsakov escreveu a tragédia e a música de Shérérazade, e Nijinski e Kasarvina trouxeram-na para a vida. O balé alcançou estrondoso sucesso, que serviu logo depois aos decoradores, aos estilistas, aos costureiros e à indústria da moda que, naquele ano, inspirou-se no tema do balé para criar a nova estética baseada no exotismo oriental que invadiu a cidade de Paris. Os guaches originais de Leon Bakst para a cenografia e figurinos desse espetáculo se encontram nos arquivos da Biblioteca da Ópera de Paris. Várias fotografias desse balé, uma de Vaslav Nijinsky e outra de Tamara Kasarvina (Zobeida), bem como a reprodução de vários dos desenhos de figurinos de Bakst, se encontram publicadas (SHEAD, 1989).

Outra música de N. Rimski-Korsakov que se transformou em tema de balé, foi O Galo de Ouro [Le Coq d'Or] (1907), que estreou nos palcos parisienses com os Balés Russos (1910). Diaghilev re-encenou este balé depois, com novos cenários da artista Natália Gontcharova (1914). A música de N. Rimski-Korsakov foi adaptada para a ópera em três atos com libreto de Wladimir Bielski, e estreou na temporada do TMSP (São Paulo, 21 set., 1977). Nessa ocasião a orquestra tinha a regência de Pedro Ignácio Calderón e atuaram Paulo Fortes (o Rei Dondon), Thereza Godoy (Rainha de Chemalchan), Edmar Ferretti (o Galo de Ouro), Mariângela Rea (Amelfa), Zacharia Marques (o Astrólogo) e Paulo Adonis (General Polkan), entre outros.

No comments: