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Sunday, February 19, 2012

SEGUNDA PARTE DA HISTÓRIA DOS BALÉS RUSSOS [BALLETSRUSSES], DA CIA. TEATRAL SERGEI PAVLOVICH DIAGHILEV (Paris, 1909-1929).


Na primeira temporada londrina foi apresentada a espetacular Dança dos Bufões do Príncipe Igor, com a cenografia e figurinos de Nicolai Roerich (v.), coreografia de Michel Fokine (1881-1962), música de Aleksandr Porfirevich Borodin (1833-1887), do dito, Grupo dos Cinco (v.), e a direção de orquestra de E. A. Kuper, sob a regência de A. A. Sanin. O primeiro bailarino foi o inglês Adolf Bolm, que deixou a platéia aturdida, tanto que celebraram sua arte com grande ovação. Nijinski dançou na noite de estréia, mas não no papel principal; Michel Fokine foi o par de Vera Fokina, na estréia de René e Armide.
         
O último balé da primeira noite foi Cleópatra, com cenários e figurinos de Leon Bakst (1866-1924), quando Nijinski (1889-1950), dançou como par de Tamara Kasarvina; e Michel Fokine (1881-1942), como Amon, foi par de Anna Pavlova (1882-1931), como Ta-Hor. Depois da apresentação da dança, apareceu no palco a dita, Procissão de Cleópatra, quando o grupo de bailarinos carregou o sarcófago, cuja abertura o coreógrafo transformou em ato cênico espetacular. A bailarina Ida Rubinstein, considerada como uma das mais belas jovens de seu tempo, foi a estrela principal desse espetáculo dos Ballets Russes, estreando no papel principal de Rainha do Egito, que ela desempenhou com perfeição (02 jun., 1909). Esse balé tornou-se o primeiro espetáculo mais popular dos Balés Russos e promoveu efeito imediato na moda e na decoração parisiense, que recebeu a influência egípcia (1911).

A noite de estréia terminou com o dito, Divertimento [Divertissement], que Diaghilev batizou de O Festim [Le Festin], no qual ele apresentou mistura de trechos das composições musicais de N. A. Rimsky-Korsakov (1844-1908) e M. I. Glinka. A apresentação incluiu a Suite Caucasiana, da ópera Ruslan e Ludmilla, que o empresário russo sabia de cór, associada às músicas de Glazunov e Mussorgski (v. o Grupo dos Cinco], incluindo o Pas de deux do Pássaro azul do balé A Bela Adormecida, de P. I. Tchaikovsky, música com arranjo (1892) de Sergei Vasilievich Rachmaninov (1873-1942), dançada pelos virtuoses Tamara Kasarvina e o jovem Nijinski, aos 20 anos de idade. A dupla também dançou com Vera Baldina o dito, Pas des trois, muito aplaudido. 

Outro verdadeiro triunfo ocorreu na segunda récita dos Balés Russos, que começou apresentando o segundo ato de Ruslan e Ludmila (Glinka); seguida do balé As Sílfides [Les Sylphides], dançado por Anna Pavlova, Tamara Kasarvina e Vaslav Nijinski. Pouco antes, Diaghilev conheceu o músico e compositor Igor Fedorovich Stravinski (1882-1971), quando o empresário encomendou-lhe a nova orquestração das músicas de F. Chopin para o balé As Sílfides. Diaghilev apreciou as inovações introduzidas pelo músico russo e montou com ele grande parceria. Stravinski, gênio musical projetado na cena internacional aos 27 anos de idade, se transformou no principal compositor dos espetáculos dos Balés Russos e o mais destacado músico de vanguarda no século XX.       



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