Translate

Friday, February 24, 2012

QUARTA PARTE DA HISTÓRIA DOS BALÉS RUSSOS BALÉS RUSSOS [BALLETS RUSSES], DA CIA. TEATRAL SERGEI PAVLOVICH DIAGHILEV (Paris, 1909-1929).

Vários líderes do poderoso grupo de intelectual Gay parisiense, como o escritor Marcel Proust e seus amigos Lucien Daudet, Jean Cocteau e Reynaldo Hahn, que depois compôs a música para o balé O Deus Azul [Le Dieu Bleu] (1912), o primeiro que Jean Cocteau idealizou para a companhia, estiveram presentes na récita de estréia dos Balés Russos. Cocteau foi um dos principais líderes desse grupo e foi ele quem criou o cartaz baseado na figura da bailarina Tamara Kasarvina, que anunciava a primeira récita do balé O espectro da [Le Spectre de la Rose]. O trabalho começou quando Roberto Montenegro foi escolhido para criar o libreto, baseado no poema de Théophile Gauthier:

Eu sou o espectro de uma rosa/ Que você levou ontem ao baile.


Montenegro desenvolveu a história da bela jovem que voltou de seu primeiro baile, e, recostada na poltrona de seu quarto sonhou que o fantasma da rosa que usou na noite anterior visitou-a. O balé, do qual Michel Fokine foi o coreógrafo e Léon Bakst, criou os figurinos românticos que vestiram Vaslav Nijinski. O bailarino usou túnica curta, com muitas pétalas de rosa aplicadas sobre colante justo de malha clara, que marcavam suas pernas. Nos cenários românticos o bailarino contracenou com a jovem bailarina russa Tamara Kasarvina, que se transformou, mais tarde, na maior estrela da companhia russa radicada em Paris. A bailarina dançou com portentoso vestido de cor clara, com saia armada muito ampla, longa e rodada, com corpete justo, mas com mangas bufantes, levando duas grandes rosas, uma no arremate do decote do vestido e outra na mão; e Nijinski, aos 23 anos de idade, no auge da beleza de sua arte, formou com ela par excepcional. Mais tarde o bailarino melhorou a coreografia do iniciante Michel Fokine, que se tornou posteriormente destacado coreógrafo internacional.

Esse balé participou das festividades comemorativas da coroação do Rei George V e da Rainha Mary (Londres, 1912). O clima atmosférico de O espectro da Rosa [Le Spectre de la Rose] tornou-o uma das mais românticas e bem sucedidas produções de Sergei Diaghilev e atingiu sucesso muito maior que o esperado. O balé permaneceu no repertório da companhia e foi apresentado em outras temporadas (1914-), e também na primeira excursão européia dos Balés Russos, quando estreou em Monte Carlo, e acompanhou a companhia que viajou se apresentando em Roma, Paris e Londres.

Vaslav Nijinski se transformou do dia para a noite na grande estrela da temporada européia da companhia e conquistou todas as platéias por onde ele dançou. Várias fotografias, sendo uma do desenho de figurinos de Bakst, outra de Nijinski na dança solo e outra dele com Tamara Kasarvina, no Pas de Deux, bem como a fotografia do cartaz de Jean Cocteau para esta produção, se encontram reproduzidas (SHEAD, 1989).


No comments: