HISTÓRIA DAS VANGUARDAS RUSSAS E SOVIÉTICAS. REALISMO SOCIALISTA SOVIÉTICO (URSS, 1918-1932).
O Realismo Socialista Soviético começou depois da Revolução Russa, que estatizou toda a arte do país (1918-). Até então as vanguardas avançadas russas se expressavam através da Abstração, presente no movimento do Suprematismo, principalmente do Grupo Supremus (Moscou, c. 1915-1916) promovido pelo intelectual proletário Kasemir Malevich (1878-1935).
Manifesto do Realismo foi lançado assinado por V. V. Mayakovsky (1893-1930) e Osip Brik (1888-1930), entre outros (Moscou, 1920).
Em seguida surgiu o Construtivismo, cuja Abstração predominou desde o começo da década de 1920, presente na obra de Aleksandr Rodchenko (1891-1956), entre outros. O Construtivismo foi adotado como paradigma da nova arte revolucionária soviética, mas foi substituído pelo dito, Produtivismo Soviético, enquanto várias correntes antagônicas circulavam nos meios artísticos do país. Quando Ióssif Stalin assumiu o comando da URSS, ele mudou imediatamente a orientação das instituições culturais e cortou todas as verbas (c. 1921-1922). Nessa época foram criadas duas importantes associações, a Associação dos Artistas Proletários da Rússia Revolucionária (AKhRR - AKhR, 1921; 1922-1932) e, pouco depois a Associação dos Escritores Revolucionários Proletários (RAPP, 1925). Estas entidades de classe conseguiram apoio crescente das instituições oficiais russas e alavancaram a nova Arte Figurativa, do dito, Realismo Socialista Soviético, orientado pelo Estado Russo para o Figurativismo, contrário às vanguardas Abstratas como a Suprematista, liderada por K. Malevich.
Os artistas vanguardistas que tiveram oportunidade emigraram, saíram do país, pois a maioria deles acompanhou a Mostra Internacional de Arte Russa, realizada na Galeria Van Diemenn (Berlim, 1922). Nesta leva emigraram David Burliuk, os irmãos Naum Gabo e Anton Pvsner, Marc Chagall juntamente com Wassily Kandinsky, Ivan Puni e sua família, entre outros artistas que estiveram envolvidos na primeira fase mais idealista de transição das instituições culturais estatais russas (1918-1922).
Em meados da década passou a predominar a arte oficial como do Grupo da Associação de Artistas da Rússia Revolucionária [AkhRR] e do Grupo da Associação de Artistas Proletários [AKhR], que promoveram o retrocesso ao Figurativismo de estilo Realista. O dito, Realismo Socialista Soviético que abordou temática histórica e social, foi incentivado pelo Estado Socialista Soviético de Iósif Stalin, que desejava ver-se retratado na arte de seu tempo (1924-1953).
Posteriormente o Estado Soviético determinou por decreto a extinção de todas as associações de artistas existentes no seu território (1932). A censura que se estabeleceu paralizou, durante mais de 5 décadas as atividades artísticas das vanguardas no país. persseguiu os artistas e muitos terminaram suas vidas nos campos de trabalho da URSS (v. biografias de Gustav Klutsis e Benedikt Livshits).
REFERÊNCIA SELECIONADA:
ALBERA, F. Eisenstein e o construtivismo russo - A dramaturgia da forma em "Stuttgart". Tradução de Eloisa Araújo Ribeiro. São Paulo: Cosac e Naify, 2002, pp. 184, 197, 201, 203.
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