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Thursday, June 27, 2013

BIOGRAFIA: KANDINSKY, Wassily Vasilievich (1866-1944).

BIOGRAFIA:KANDINSKY, Wassily Vasilievich (1866-1944). O pai da Abstração nas artes internacionais, Wassily Kandinsky, nasceu em Moscou (Rússia) e faleceu, naturalizado francês (1939-) em Neully-sur-Seine (França). Kandinsky foi um dos mais importantes artistas e teóricos da primeira metade do século XX. O artista se formou em Direito, Economia, Filosofia e Letras pela Universidade de Moscou; ele lecionou na mesma universidade. Kandinsky viajou intensamente pela Europa e Oriente Médio, Tunísia, Holanda e Itália. O artista se transformou em personalidade fundamental para a arte das vanguardas internacionais: ele se destacou, principalmente por sua atuação no ensino das artes nas vanguardas alemãs (Munique, 1898-1913; como Mestre na Bauhaus (1923-1928); e, mais tarde, se tornou influente sobre as vanguardas francesas e as européias de modo geral, devido aos livros que escreveu sobre arte, os mais traduzidos internacionalmente entre os publicados pelas vanguardas ocidentais. Na passagem do século XIX para o XX Kandinsky foi viver em Munique, uma das cidades européias mais destacadas nas artes do Estilo Jovem [Jungendsti] ou Arte Nova (Portugal) Art Nouveau (França). Kandinsky participou do Grupo da Secessão de Munique (1892-1905). O artista provocou a primeira cisão nesse grupo quando fundou e liderou o Grupo Palanx (Munique, 1901-1904). A segunda cisão resultou na formação do Grupo da Associação dos Novos Artistas de Munique [NKVM - Neue Künstlervereinigung München] (1910-1911), que Kandinsky também liderou, tendo como co-fundadores Alexander Kanoldt e Gabrielle Münter. Um ano depois Kandinsky fundou o Grupo do Cavaleiro Azul [Der Blaue Reiter], que se tornou o destaque do Expressionismo alemão (1911-1913). O grupo publicou o Almanaque do Cavaleiro Azul. Sobre esse período da vida de Kandinsky a sua companheira de alguns anos, Gabrielle Munter, concedeu com Maria Marc, senhora Franz Marc, entrevista esclarecedora, publicada (Briefwechsel mit briefen von und Gabriele Münter und Maria Marc. München: Klaus Lankheit Verlag, 1983). Kandinsky expôs suas pinturas internacionalmente: ele foi um dos artistas mais convidados para expôr obras em mostras na França, Itália e Rússia. Kandinsky foi convidado por Herwarth Walden, editor do Grupo Alemão da Tempestade [Der Sturm], para organizar a primeira Sala Russa, no primeiro e único Salão de Outono Alemão [Herbstalon] (Berlim, 1913). Nessa mostra Kandinsky não incluiu pinturas dos artistas russos da nova vanguarda. No ano seguinte Kandinsky conheceu F. T. Marinetti, quando o poeta e escritor italiano visitou São Petersburgo (1914). Kandinsky esteve presente a recepção que Marinetti ofereceu as vanguardas russas, quando foi fotografado junto com Gabriele Munter, fotografia que se encontra publicada (HULTEN, 1986: 496). No entanto, Kandinsky, bem como vários outros artistas russos, não aceitou o Futurismo italiano, rejeitado pela maioria das vanguardas russas. Kandinsky adquiriu residência em Murnau (Baviera), conhecida como a Casa dos Russos, pois ele e G. Munter dividiram-na com o casal Marianne von Werefkin e Aleksandr von Jawlensky. Pouco antes do início da I Guerra Mundial (1914-1918) Kandinsky se separou de Munter e, expulso da Alemanha, voltou a viver na Rússia, onde se associou as vanguardas (1914-1921). Depois da Revolução Russa (1917) e da estatização da arte soviética (1918-), o poder ficou centralizado no Departamento de Belas Artes [IZO] do Comissariado do Povo para a Instrução Pública [NARCOMPRÓS], ou seja, no IZO-NARCOMPRÓS.Kandinsky se transformou em presença importante na política estatal de reconstrução da cultura soviética (1917-1921): ele foi membro do Comitê Diretor do MCA - Museu de Cultura Artística, sendo encarregado da compra de obras de arte das vanguardas russas destinadas à formação dos acervos dos 25 MCAs espalhados pelas províncias do vasto território de dimensões continentais. Kandinsky seguiu trabalhando para organizações estatais até a visível mudança da orientação política para as artes, depois que Lênin ficou incapacitado de governar o país (1921-1924). Devido a ascensão do novo líder, Ióssif Stalin, foi decretada a volta da arte a padrões da Arte Acadêmica. A Arte Figurativa foi valorizada, em detrimento da arte das vanguardas russas. Nessa fase, Kandinsky saiu do país, juntamente com Marc Chagal que tinha voltado a Rússia para se casar com sua namorada de infância (1915-). O grupo viajou para a Alemanha (c. 1922): Chagall, que tinha vivido prolongado período na Colméia [La Ruche] retornou à capital das artes européias, Paris. Kandinsky permaneceu curto período vivendo em Munique, até que foi convidado por Walter Gropius para tornar-se Mestre da Bauhaus (Weimar - Dessau, 1922-1928). Nesse período Kandinsky escreveu extensa obra teórica, incluindo sua didática inovadora nas artes, pesquisada no curso proferido na Bauhaus. Na escola alemã Kandinsky realizou a cenografia e figurinos para Quadros em uma exposição, com música do compositor russo do Grupo dos Cinco, Modest Mussorgsky, apresentada no Teatro Bauhaus (Dessau, 1928). Quando Kandinsky deixou a escola, ele formou o Grupo Internacional dos Quatro Azuis [Blaue Vier] (1929-1932), juntamente com outros dois professores da Bauhaus, seus amigos Paul Klee e Lyonel Feininger, além de seu amigo de sempre, Alexey von Jawlensky. A crise mundial deflagrada devido à quebra da Bolsa de Nova York (maio, 1929), que, logo em seguida repercutiu na Europa, afetou as atividades desse grupo, de curta duração. Depois da ascensão do nazismo na Alemanha, Kandinsky emigrou para Paris (1933-1944). O artista foi o convidado de honra da Sala Surrealista, organizada no Salão dos Surindépendants (1933). Obras de Kandinsky participaram da 1ª Exposição Internacional do Grupo Círculo e Quadrado [1ère Exposition Internationale du Groupe Cercle et Carré], realizada na Galeria 23, na rue de La Boétie 23 (18 abr. - 30 maio, 1930). Obras de Kandinsky participaram das mostras do Grupo da Arte Concreta Abstração - Criação [Art Concrète Abstraction - Création] (1932-1936), quando ele contactou artistas estrangeiros que, como ele, viviam em Paris. Kandinsky conheceu alguns participantes do Grupo do Surrealismo como Hans Arp, Joan Miró e Max Ernst. Kandinsky foi amigo próximo da ucraniana Sonia Delaunay: ele conhecia Robert Delaunay desde que o artista, na companhia de Guillaume Apollinaire, visitou-o em Munique (1911). Pinturas de Delaunay, entre outros artistas franceses, participaram da segunda mostra, organizada por Kandinsky, para o Grupo (Internacional) do Cavaleiro Azul (Munique, 1912). Paris descobriu a obra teórica de Kandinsky graças a seu admirador, o editor Michel Seuphor: foi Christian Zervos, que juntamente com Seuphor editava a revista Cahiers d' Art [Cadernos de Arte], onde Kandinsky publicou o artigo Reflexões sobre a arte abstrata [Reflections sur l' art abstraite] (Paris: Cahiers d' Art, Christian Zervos, 1931). No último período que Kandinsky viveu na França, ele foi relegado a segundo plano na arte das vanguardas, da mesma forma que outros artistas russos naturalizados que viviam em Paris, como Mikhail Larionov e Natália Gontcharova. Kandinsky foi a Suíça visitar seu amigo Paul Klee, que se encontrava gravemente enfermo. No começo da década de 1940 Kandinsky perdeu vários de seus amigos próximos, como A. von Jawlensky e Paul Klee (1940), que faleceram pouco antes de Robert Delaunay (1941). Durante o período da II Guerra Mundial, Kandinsky permaneceu solitário em Paris, pois seus amigos Piet Mondrian, Fernand Léger e Marc Chagall viajaram para prolongada temporada nos Estados Unidos; e Hans e Sophie Arp estavam vivendo na Suíça. Kandinsky faleceu de esclerose cerebral (13 dez., 1944), sendo que o artista trabalhou até o seu último momento de lucidez na vida (mar., 1944). Importante teórico das vanguardas internacionais, Kandinsky publicou seu primeiro livro de poemas, ilustrado com Xilogravuras, os Poemas sem Palavras (Moscou, 1904). Kandinsky não parou mais de publicar livros, artigos e ilustrações. Na década de 1960 as obras de Kandinsky influenciaram o movimento Abstracionista na arte norte-americana, na corrente da Abstração Pós-Pictórica [Post-Painterly Abstraction], do grupo formado em torno do crítico de arte Clement Greenberg, que participou do reduto principal das vanguardas norte-americanas, a Faculdade da Montanha Negra [Black Mountain College] (NC). Outro, que carregou na obra a influência da arte de Kandinsky foi o armênio Arshille Gorky, que estudou em Tiflis (hoje Tbilise, capital da Geórgia), quando essa região não pertencia ao território russo (-1920). No início da década de 1920, Gorky emigrou para os Estados Unidos com sua formação completa; e, na década de 1940, aderiu ao Expressionismo Abstrato norte-americano. Kandinsky foi homeageado com as exposições Kandinsky: anos russos e Bauhaus, 1915-1933 [Kandinsky Russian and Bauhaus Years 1915-1933], realizada no Museu Solomon R. Guggenheim (Nova York, 1982); Obras de Wassily Kandinsky 1866-1944 [Oeuvres de Wassily Kandinsky 1866-1944], realizada no Centro Georges Pompidou (Paris, 1984). A nova exposição, Kandinsky, homenageou o artista no MNAM - Museu Nacional de Arte Moderna – Centro G. Pompidou (Paris, 8 abr. - 10 ago., 2009). A mostra enfocou a Abstração poderosa do artista e expôs obras raras dos principais acervos que reúnem obras de Kandinsky: da Lenbachhaus (Munique), do Museu Guggenheim (Nova York) e do Fundo Kandinsky, em apresentação permanente no MNAM (Paris). Esse Fundo se formou graças à generosidade da esposa do artista, Nina Kandinsky, que formou a Sociedade Kandinsky, que herdou a totalidade das obras do artista e concedeu ao museu francês a guarda dessa coleção, além de doar 15 obras ao MNAM (1960-). O Fundo Kandinsky detém mais de 500 desenhos, 66 gravuras, 17 cadernos de croquis, 100 pinturas a óleo e c. de 600 obras nos diversos meios - aquarelas, guaches e têmperas - e os preciosos documentos dos arquivos do artista, além de aquarelas do período russo de Kandinsky. As fotografias de Kandinsky em Munique e da primeira aquarela Abstrata (1909), se encontram reproduzidas (RAGON, 1992: 46); a fotografia do artista, junto com a maioria dos artistas das vanguardas russas na recepção que F. T. Marinetti ofereceu (Moscou, fev., 1914), se encontra reproduzida (HULTEN, 1983: 496); a fotografia de Kandinsky na companhia de seu dileto amigo Paul Klee (1929), se encontra publicada no Catálogo da 23ª Bienal Internacional de São Paulo, que exibiu-a na Sala Especial Paul Klee (1996). As obras de Kandinsky Sem Título (1934, gravura, água-forte, 32 cm x 25 cm) e Composição Clara (1942, óleo/ tela, 73 cm x 92,3 cm), pertencem ao acervo do MAC – USP. REFERÊNCIAS SELECIONADAS: ARTIGO. JOVER, M. Kandinsky, le champion de l´ abstraction. Paris: Conaissance des Arts, n. 670, avril, 2009, pp.54-63. CATÁLOGO. BARBOSA, A. M. Catálogo Geral de Obras 1963-1993. São Paulo: Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, Fundação Bienal, 1993, p. 257. CATÁLOGO. BARR, A. Cubism and Abstract Art, Painting, Sculpture, Constructions, Photography, Architecture, Industrial Art, Theatre, Films, Posters, Tipography. Cambridge: Harvard University Press, The Belknap Press, 1936. New York: Museum of Modern Art, 1986. 249p.: il., pp. 102-105. CATÁLOGO. Gravura Expressionista Alemã. São Paulo: Museu Lasar Segall, 1977. CATÁLOGO. HELFEINSTEIN, J. Paul Klee. São Paulo: 23ª Bienal Internacional de São Paulo, FBSP/ Fundação Bienal de São Paulo, 1996, p. 366. CATÁLOGO. HERZOGENRATH, W. 50 Jahre Bauhaus. Tradução de Karl Georg Bitterberg. Stuttgart: Institut für auslandsbesiehungen, 1968,.251p.: il., 22 x 22 cm, p. 243. CATÁLOGO. HULTEN, P. (ORG.); JUANPERE, J.A.; ASANO, T.; CACCIARI, M.; CALVESI, M.; CARAMEL, L;. CAUMONT, J;.CELANT, G;. COHEN, E.; CORK, R.;CRISPOLTI, E.; FELICE, R; DE; MARIA, L. DE; DI MILLIA, G.;FABRIS, A.;FAUCGEREAU, S.; GOUGH-COOPER, J.;GREGOTTI, V.;LEVIN, G.; LEWISON, J.; MAFFINA, F.;MENNA, F.; ÁCINI, P.;RONDOLINO, G;. RUDENSTINE, A.; SALARIS, C.;SILK, G.; SMEJKAI, F.;STRADA, V.;VERDONE, M.;ZADORA, S. Futurism and Futurisms. New York: Solomon R. Guggenheim Museum, Abeville Publishers, 1986. 638p.: il, retrs., pp. 494-495, 498. BRITT, D.; MACKINTOSH, A.; NASH, J. M.; ADES, D.; EVERITT, A; WILSON, S.; LIVINSGSTONE, M. Modern Art: from Impressionism to Post-Modernism. London: Thames and Hudson, 1989, 416p.: il.,pp. 112-157. DROSTE, M. Bauhaus. Köln: Bauhaus Archiv, Taschen, 1990. 256p., il., algumas color., pp. 74-153, 247. FEHLEMANN, S. Sur l'oeuvre d'Alexei von Jawlensky. Apud: GABARSKY, S. La peinture Expressioniste allemande. Stuttgart: Herscher - Cantz Verlag, 1987, pp. 50-53. GROPIUS, W.; GROPIUS, I.; BAYER, H. Bauhaus: Weimar, 1919-1925, Dessau, 1925-1928. Boston: Herbert Bayer, Charles T. Brandford, 1952, pp. 218-219. INTERNET. Russian Art and Books. © Helix Art Center 2009 powered by bibliopolis terms, Imperial, Soviet and Emigrant Paintings. Personalia. Pages 01-26. Disponível: Acesso: 15 nov., 2009. RAGON, M..Journal de l´Art Abstrait. Genève: Skira, 1992. 163p: il., pp. 10-11, 46.

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